
Com carteira assinada em alta e menos desalentados, taxa de desemprego surpreende e fica abaixo das projeções de mercado no trimestre encerrado em maio
Por Karol Peralta
Mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 6,4% no período
O Brasil registrou taxa de desemprego de 6,2% no trimestre encerrado em maio de 2025, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número surpreendeu o mercado, ficando abaixo da projeção mediana de 6,4% esperada por analistas consultados pela agência Reuters.
Esse é o menor índice para o trimestre móvel de março a maio desde 2014, quando o país registrava pleno emprego em meio a outro ciclo econômico.
O resultado representa:
- Uma queda de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (dezembro a fevereiro), quando a taxa era de 6,8%;
- Uma redução de 1 ponto percentual na comparação com o mesmo período do ano passado (7,1%).
📈 Carteira assinada atinge recorde
Entre os destaques positivos está o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que atingiu 39,8 milhões de pessoas, um recorde histórico segundo a série do IBGE.
O número representa:
- Estabilidade em relação ao trimestre anterior (variação de 0,8%);
- Crescimento de 3,7% na comparação com o mesmo período de 2024.
Segundo o instituto, esse aumento reflete a recuperação do mercado de trabalho formal, sobretudo em setores como serviços e comércio.
💡 Desalento também recua
O levantamento mostra ainda que o número de desalentados — pessoas que desistiram de procurar trabalho por acharem que não conseguiriam — teve queda expressiva de 10,6% em relação ao trimestre encerrado em abril e 13,1% em comparação com o mesmo trimestre de 2024.
Esse dado reforça a melhora do cenário no mercado de trabalho, com maior confiança dos trabalhadores em relação à busca por emprego.
🔍 Visão geral do mercado de trabalho
A população ocupada no Brasil chegou a 100,6 milhões de pessoas, representando um avanço de 2,6% em um ano. A população desocupada, por sua vez, caiu para 6,7 milhões de brasileiros, o menor contingente desde 2015.
Além disso, o nível de ocupação — que mede o percentual de pessoas em idade de trabalhar que estão efetivamente ocupadas — ficou em 57,3%, consolidando a trajetória de recuperação iniciada no pós-pandemia.
🧾 Impacto econômico
Analistas destacam que os números reforçam o cenário de aquecimento gradual da economia, com impacto direto no consumo, confiança das famílias e arrecadação. No entanto, ponderam que a informalidade ainda é elevada em determinadas regiões e setores.