Desemprego no Brasil cai para 5,6% e atinge menor taxa da série histórica, segundo IBGE

Pesquisa do IBGE mostra melhora consistente no mercado de trabalho, com aumento de vagas formais e queda na subutilização e desalento

Por Karol Peralta

O resultado confirma uma tendência de estabilidade e melhora no mercado de trabalho brasileiro, com crescimento do emprego formal, queda no desemprego e recorde de renda média real dos trabalhadores.

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,6% no trimestre encerrado em setembro, o menor índice da série histórica iniciada em 2012 para o período. O dado representa uma queda de 0,2 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior (5,8%) e de 0,8 p.p. em comparação ao mesmo trimestre de 2024 (6,4%). As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A população desocupada chegou a 6 milhões de pessoas, o menor contingente da série histórica. O número representa uma queda de 3,3% (menos 209 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e redução de 11,8% (menos 809 mil) na comparação anual. Já a população ocupada, estimada em 102,4 milhões, ficou estável no trimestre, mas apresentou crescimento de 1,4% no ano — o maior patamar já registrado.

“O nível de ocupação em patamares elevados nos últimos meses indica a sustentabilidade da retração do desemprego ao longo de 2025”, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.


📉 Subutilização e desalento também atingem recordes de baixa

A taxa composta de subutilização da força de trabalho caiu para 13,9%, também a mais baixa da série. Houve recuo de 0,5 p.p. frente ao trimestre anterior (14,4%) e de 1,8 p.p. em relação ao mesmo período de 2024 (15,7%). A população subutilizada — que inclui quem gostaria de trabalhar mais horas — ficou em 15,8 milhões, o menor número desde 2014.

Entre os desalentados, grupo que desistiu de procurar emprego por falta de perspectiva, o total chegou a 2,6 milhões de pessoas, menor número desde 2015. O recuo foi de 14,1% na comparação anual (menos 434 mil pessoas).


💰 Renda média e emprego formal batem recordes

A massa de rendimento médio real dos trabalhadores atingiu R$ 354,6 bilhões, novo recorde histórico, com estabilidade no trimestre e alta de 5,5% (R$ 18,5 bilhões) no ano. O rendimento médio real habitual cresceu 4% na comparação anual, também alcançando o maior nível já registrado.

O número de empregados com carteira assinada no setor privado chegou a 39,2 milhões, outro recorde da série. O contingente se manteve estável no trimestre, mas teve alta de 2,7% (1 milhão de pessoas) em relação ao mesmo período de 2024. O setor público, com 12,8 milhões de empregados, também mostrou crescimento de 2,4% no ano.


📊 Caged confirma avanço do emprego formal

Os resultados do IBGE estão em linha com os dados do Novo Caged, divulgados na quinta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo o levantamento, o Brasil acumulou 1,7 milhão de empregos com carteira assinada entre janeiro e setembro de 2025. O estoque total de vínculos formais ativos chegou a 48,9 milhões, o maior já registrado.

O dado é superior ao número estimado de pessoas com carteira assinada porque uma mesma pessoa pode ter mais de um vínculo formal, o que reforça a dinâmica positiva do mercado de trabalho brasileiro.


📈 Perspectivas

Especialistas avaliam que os indicadores refletem estabilidade econômica, expansão do consumo interno e recuperação gradual do poder de compra, fatores que sustentam o crescimento do emprego formal. A continuidade desse cenário dependerá, segundo analistas, do comportamento da inflação, da política de juros e do desempenho da indústria e dos serviços no fim de 2025.

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