
Parlamentares do PT na Assembleia Legislativa repudiam ataques à ministra do Meio Ambiente e destacam machismo e desrespeito como práticas que ameaçam a democracia
Por Karol Peralta
Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (28) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) se manifestaram em solidariedade à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, após os ataques sofridos durante uma audiência no Senado Federal.
📣 O deputado Pedro Kemp foi o primeiro a se pronunciar, lendo a Moção de Apoio à Marina Silva. Em sua fala, ele destacou a trajetória da ministra e criticou as atitudes de alguns senadores, que classificou como misóginas e desrespeitosas.
“Reconhecida internacionalmente pela sua luta ambiental e pelos direitos humanos, Marina Silva foi alvo de manifestações que reforçam a cultura da violência política de gênero, uma prática que tenta deslegitimar mulheres em posições de poder”, afirmou Kemp.
🌿 Para o parlamentar, os ataques refletem preconceito contra uma mulher com origem humilde e trajetória de luta pela sustentabilidade. “É uma reação ao que ela representa: uma mulher forte, que defende um ambiente saudável para todas as pessoas, e não apenas para bois e vacas”, declarou.
🗣️ A declaração provocou reação do deputado Zé Teixeira (PSDB), que se posicionou contra qualquer forma de violência contra a mulher, mas expressou desconforto com o que considerou uma crítica indireta ao setor agropecuário.
🤝 O deputado Zeca do PT também prestou solidariedade à ministra, destacando a importância de combater qualquer tentativa de silenciar mulheres na política.
🚺 Já a deputada Gleice Jane (PT) apresentou outra Moção de Apoio à ministra Marina Silva, classificando os ataques como machistas, sexistas e ofensivos. Para ela, o caso é um exemplo claro de violência política de gênero, que visa desassociar a figura feminina de cargos públicos de liderança.
“Essa tentativa de desqualificar Marina com base em estereótipos mostra como ainda há resistência à presença das mulheres em posições de destaque na política nacional”, disse Gleice.
📊 A deputada citou o Relatório de Violência Política de Gênero no Brasil (2020), elaborado pela União Brasileira de Mulheres (UBM), que aponta que 15% das candidatas nas eleições de 2018 relataram ter sido vítimas de algum tipo de violência durante o processo eleitoral.
🧩 Segundo Gleice, esse número evidencia que a violência contra mulheres na política não é um caso isolado, mas parte de um padrão recorrente no cenário brasileiro.
“Sem igualdade de gênero, não há democracia verdadeira. É preciso garantir que mulheres possam atuar com segurança e respeito em todos os espaços de decisão”, concluiu.