
Nova fase do programa pode beneficiar até 3,8 milhões de contratos; taxa média é até cinco vezes menor que outras modalidades de crédito pessoal
Por Karol Peralta
Os trabalhadores com empréstimos consignados antigos já podem migrar seus contratos para o Crédito do Trabalhador, programa do Governo Federal que oferece taxas de juros mais baixas e maior segurança financeira. A medida pode beneficiar até 3,8 milhões de contratos, que somam aproximadamente R$ 40 bilhões, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Ela começou na sexta-feira (6),
O Crédito do Trabalhador foi lançado em março de 2025 e, em apenas três meses, já movimentou R$ 14 bilhões em 25 milhões de contratos. A maior parte dos beneficiados (62,66%) são trabalhadores que recebem até quatro salários mínimos, o que evidencia a vocação do programa para promover inclusão financeira.
Como migrar o crédito?
Para realizar a portabilidade, o trabalhador deve procurar diretamente o banco de sua preferência, seja presencialmente em uma agência ou via aplicativo. Basta solicitar a substituição do empréstimo atual por um novo contrato dentro das condições do Crédito do Trabalhador.
O banco onde o contrato está atualmente pode fazer uma contraproposta. Se não igualar ou superar a oferta do novo banco, será obrigado a liberar a operação. A migração também permite a unificação de vários contratos em um único empréstimo, com menor taxa de juros.
Por enquanto, a migração deve ser feita diretamente com os bancos. A integração com a Carteira de Trabalho Digital e a plataforma oficial do programa está em desenvolvimento, com previsão de liberação futura.
Juros muito mais baixos
De acordo com dados oficiais, a taxa média de juros do Crédito do Trabalhador foi de 3,43% em maio e 3,63% até o dia 5 de junho. Em comparação, os dados do Banco Central de abril mostram:
- Cheque especial: 7,4%
- Rotativo do cartão de crédito: 15,1%
- Crédito pessoal sem consignação: 6,2%
“O trabalhador tem direito ao crédito mais barato e com garantia. Estamos monitorando os bancos e notificando os que praticam juros abusivos. O programa é um avanço e um processo contínuo de redução de juros”, afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.
Quem pode participar?
O Crédito do Trabalhador é voltado a:
- Trabalhadores celetistas
- Empregados domésticos
- Trabalhadores rurais
- Empregados de microempreendedores individuais (MEI)
- Diretores não empregados com direito ao FGTS
Esses trabalhadores podem substituir dívidas caras — como empréstimos pessoais sem garantia, carnês de financeiras, cheque especial ou rotativo do cartão de crédito — por um crédito com desconto em folha e juros mais baixos.
Segundo o MTE, o Brasil tem mais de 47 milhões de trabalhadores com carteira assinada e a expectativa é que 25 milhões sejam incluídos no consignado privado até 2029.