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Contas Públicas fecham junho com déficit de R$ 47 bilhões, mas acumulam superávit no 1º semestre de 2025

Setor público registra déficit em junho com aumento das despesas, mas superávit acumulado mostra recuperação; dívida líquida alcança 62,9% do PIB

Por Karol Peralta

As contas públicas brasileiras encerraram o mês de junho de 2025 com um saldo negativo, registrando um déficit primário de R$ 47,091 bilhões. O setor público consolidado, que engloba a União, estados, municípios e empresas estatais apresentou déficit em todas as suas esferas.

O resultado negativo representa um aumento em relação a junho de 2024, quando o déficit foi de R$ 40,873 bilhões, devido a um ritmo maior de crescimento das despesas em relação às receitas.

As Estatísticas Fiscais divulgadas pelo Banco Central nesta quinta-feira (31) apontam que o déficit primário é o saldo negativo das contas públicas, considerando as despesas menos as receitas, sem incluir os juros da dívida pública.

Apesar do desempenho negativo em junho, o acumulado do primeiro semestre de 2025 mostra uma melhora significativa, com superávit primário de R$ 22,029 bilhões, revertendo o déficit de R$ 43,448 bilhões registrado no mesmo período do ano passado. Essa melhora de R$ 65,5 bilhões foi influenciada pelo calendário de pagamento de precatórios, que ocorreu de forma diferente entre os anos.

Em 12 meses encerrados em junho, o setor público acumula um resultado positivo de R$ 17,925 bilhões, equivalentes a 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Para contexto, em 2024, o déficit primário anual foi de R$ 47,553 bilhões, ou 0,4% do PIB.

Desempenho por esferas de governo

O Governo Central teve déficit de R$ 43,527 bilhões em junho, valor superior ao registrado no mesmo mês do ano passado (R$ 40,188 bilhões). As receitas permaneceram estáveis, com redução nos dividendos provenientes de estatais e bancos públicos, enquanto as despesas subiram 1,6%.

Os governos estaduais apresentaram déficit de R$ 1,354 bilhão no mês, contrastando com superávit de R$ 2,011 bilhões em junho de 2024, devido ao crescimento das despesas acima das receitas. Já os municípios registraram superávit de R$ 400 milhões em junho, revertendo o déficit de R$ 954 milhões do ano anterior.

No total, os governos regionais (estaduais e municipais) acumularam déficit de R$ 954 milhões em junho, contra superávit de R$ 1,057 bilhão no mesmo mês do ano passado.

As empresas estatais, excluindo Petrobras e Eletrobras, também impactaram negativamente as contas, com déficit de R$ 2,610 bilhões em junho, acima dos R$ 1,742 bilhão registrados em 2024.

Despesas com juros e operações cambiais

Os gastos com juros em junho ficaram em R$ 61,016 bilhões, com uma redução significativa de cerca de R$ 30 bilhões em relação ao mesmo mês de 2024 (R$ 94,851 bilhões). Esse recuo foi influenciado por operações do Banco Central no mercado de câmbio, como o swap cambial.

Em junho de 2024, as operações de swap causaram uma perda de R$ 28,6 bilhões, enquanto em junho deste ano registraram um ganho de R$ 20,9 bilhões, reduzindo os custos com juros. Sem esses efeitos, os juros teriam aumentado R$ 15,7 bilhões em comparação ao ano anterior, motivados pela alta da taxa Selic e pelo crescimento da dívida.

O déficit nominal das contas públicas (considerando resultado primário e juros) em junho ficou em R$ 108,107 bilhões, melhor que o déficit de R$ 135,724 bilhões de junho de 2024.

Em 12 meses, o déficit nominal acumulado é de R$ 894,388 bilhões, equivalente a 7,3% do PIB um dado observado por agências de rating para avaliação do endividamento do país.

Dívida pública atinge novo recorde histórico

A dívida líquida do setor público alcançou R$ 7,702 trilhões em junho, correspondendo a 62,9% do PIB o maior patamar desde o início da série histórica do Banco Central, em dezembro de 2001. Em maio, a dívida líquida era de 62% do PIB (R$ 7,547 trilhões).

O aumento foi impulsionado pelo déficit nominal do mês e pela valorização do dólar, que subiu 4,4% em junho, elevando o valor da dívida em moeda estrangeira.

Já a dívida bruta do governo geral (DBGG), que contabiliza passivos federais, estaduais e municipais, chegou a R$ 9,388 trilhões (76,6% do PIB), acima dos R$ 9,264 trilhões (76,1% do PIB) registrados em maio.

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