Consumidor de MS reduz gastos no fim de ano, mas mantém tradição de presentear e comemorar

Comportamento mais cauteloso marca as compras de fim de ano em Mato Grosso do Sul, com redução nos gastos, preferência por lojas físicas e preservação das celebrações em família.

Por Karol Peralta

O consumidor sul-mato-grossense deve movimentar R$ 824 milhões no fim de ano de 2025, segundo pesquisa do IPF-MS em parceria com o Sebrae/MS. Apesar do volume expressivo, o estudo aponta que o público está mais cauteloso nos gastos, mantendo tradições como presentear e comemorar, mas com valores menores que os registrados em anos anteriores.

A pesquisa mostra que 69% dos entrevistados vão comprar presentes, uma alta em relação a 2024, porém com ticket médio reduzido, estimado em R$ 217,36. No Natal, 78% pretendem comemorar, movimentando R$ 243 milhões, enquanto para o Ano Novo, 80% afirmam que irão celebrar, com gasto médio de R$ 294,19. Mesmo com essa participação elevada, o comportamento reflete um consumidor que busca equilibrar o orçamento sem abrir mão das festividades.

Um dos principais fatores que influenciam essa postura é a restrição financeira. Cresce o número de pessoas que não irão presentear por falta de dinheiro, receio de gastar ou desemprego. Entre os que vão às compras, predominam produtos tradicionais como brinquedos (47%), roupas (33%) e eletrônicos (28%), itens que historicamente lideram o interesse do consumidor nesta época do ano.

O comércio físico continua sendo o preferido: 66% dos entrevistados afirmam que irão comprar presencialmente, principalmente no Centro das cidades. A qualidade dos produtos aparece como o principal critério de decisão, enquanto benefícios para pagamento à vista seguem influenciando diretamente a escolha do consumidor.

Nas festividades, o comportamento é semelhante. As celebrações de Natal e Ano Novo permanecem concentradas em encontros familiares, geralmente realizados em casa. Apenas 20% dos entrevistados pretendem viajar, e entre esses, a maioria permanecerá dentro do próprio Mato Grosso do Sul.

Outro ponto relevante é o uso do 13º salário. Apenas 63% irão receber o benefício, e a maior parte pretende utilizá-lo para poupar, pagar dívidas ou arcar com despesas de início de ano, reforçando a postura de prudência.

Mesmo com um cenário menos aquecido, há otimismo: 70% dos entrevistados acreditam que 2026 será economicamente melhor que 2025, sinalizando expectativas positivas para o próximo ciclo.

Para a economista do IPF-MS, Regiane Dedé de Oliveira, os dados mostram um consumidor que reorganiza prioridades, mas mantém vínculos afetivos e rituais tradicionais. Ela destaca que o aumento no número de pessoas que irão presentear confirma esse comportamento, mesmo com menor disposição financeira.

O analista-técnico do Sebrae/MS, Paulo Maciel, explica que o estudo oferece pistas importantes para o comércio. Segundo ele, a qualidade dos produtos, o atendimento e as condições de pagamento serão decisivos para atrair o consumidor. Os pequenos negócios devem estar atentos ao estoque, aos benefícios para pagamento à vista e ao interesse por itens infantis e vestuário.

A pesquisa foi realizada entre 03 e 13 de novembro nas cidades de Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Coxim, Bonito, Corumbá/Ladário e Três Lagoas, com 1.982 entrevistas e margem de erro entre 5% e 6%.

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