Confiança dos empresários do comércio em Campo Grande cai pelo segundo mês consecutivo

Pesquisa da CNC aponta queda do ICEC em setembro, com condições atuais negativas, mas expectativas de melhora sustentam otimismo moderado no varejo local

Por Karol Peralta

Pelo segundo mês consecutivo, a confiança dos empresários do comércio em Campo Grande registrou queda em setembro de 2025. De acordo com a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (ICEC) atingiu 96,5 pontos, recuando 1,6% em relação a agosto, quando havia registrado 98,1 pontos. O índice permanece abaixo da linha dos 100 pontos, que separa otimismo de pessimismo.

Condições atuais do comércio em queda

O recorte do Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) apresentou os resultados mais negativos da pesquisa, com queda de 8,2%, chegando a 63,4 pontos. A percepção sobre o setor foi de 61 pontos, enquanto o índice relacionado à própria empresa marcou 87,1 pontos.

Segundo a pesquisa, 52% dos entrevistados afirmaram que a situação da economia brasileira “piorou muito”, refletindo preocupação com o cenário nacional. Mais de 80% dos comerciantes consideram que a situação econômica atual está pior em relação ao ano anterior.

Expectativas ainda sustentam otimismo

Apesar do cenário atual negativo, os empresários demonstram otimismo moderado para os próximos meses. O Índice de Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) permaneceu elevado, em 124,3 pontos. Cerca de 39,1% dos entrevistados acreditam que a situação de suas próprias empresas deve melhorar muito até o fim do ano.

O indicador relacionado à contratação de funcionários ficou em 120,6 pontos, sugerindo que a maioria dos comerciantes prevê aumento, ainda que moderado, no quadro de pessoal.

Estoques e investimentos

A pesquisa apontou que 57,1% dos empresários consideram seus estoques adequados, enquanto 24,1% os avaliam acima do ideal. Quanto ao nível de investimento, o índice ficou em 91,2 pontos, indicando cautela no planejamento de novas expansões.

Contexto regional

Nos últimos 12 meses, o ICEC acumulou queda de quase 10% em Campo Grande, reforçando a tendência de cautela no varejo local. A sondagem ouviu 185 empresários entre os últimos dez dias de agosto, refletindo o sentimento do setor para setembro de 2025.

A economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS (IPF/MS), Regiane Dedé de Oliveira, ressalta que o ICEC é um indicador antecedente importante para medir tendências do setor. Ela destaca que a liberação de recursos, como 13º salário e restituição do IR, deve trazer impacto positivo nas vendas e movimentar o comércio local.

“Parte desses valores vai impactar diretamente o setor, com vendas diretas. E aquela parte que não retorna diretamente para os lojistas muitas vezes é usada para pagar dívidas ou antecipar parcelas, liberando mais crédito ao consumidor e movimentando o comércio local”, explicou a economista.

Os dados de setembro confirmam que o comércio campo-grandense enfrenta um período de desconfiança, mas a manutenção de expectativas positivas indica que os lojistas ainda acreditam em recuperação gradual até o fim de 2025.

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