Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cai 1,2% em Campo Grande, mas permanece acima dos 100 pontos, indicando otimismo moderado e prudência diante de juros altos e estabilidade da renda.

Por Karol Peralta
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de Campo Grande caiu 1,2% em outubro, segundo a CNC, revelando consumidores mais cautelosos. Apesar da queda, o indicador se mantém acima dos 100 pontos, mostrando otimismo moderado diante do cenário de juros altos e estabilidade da renda.
Campo Grande registrou em outubro de 2025 uma leve queda na Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O índice marcou 105,2 pontos, recuo de 1,2% em relação a setembro, e 3,48% abaixo do mesmo período de 2024. Apesar da retração, o número permanece acima de 100 pontos, indicando otimismo moderado, mas com sinais de cautela entre os consumidores.
Segundo análise do Instituto de Pesquisa da Fecomércio MS (IPF-MS), as famílias estão mais prudentes diante da alta da taxa básica de juros (Selic) e da estagnação da renda. “Percebemos uma redução mais acentuada para aquelas famílias com renda acima de 10 salários mínimos e entre os indicadores que compõem o índice, os que tiveram maior retração foram as perspectivas profissionais, o momento para compra de bens duráveis e a avaliação da renda atual, fortemente influenciadas pelos juros elevados”, explicou a economista do IPF-MS.
Entre os sete componentes avaliados pelo estudo, o item emprego atual continua sendo o principal pilar de confiança. O índice chegou a 142,3 pontos, e 54,9% dos entrevistados afirmaram sentir-se mais seguros no trabalho do que há um ano. Por outro lado, a perspectiva profissional caiu para 126 pontos, apontando redução no otimismo sobre promoções ou novas oportunidades nos próximos seis meses.
No quesito renda atual, o índice ficou em 113,9 pontos, com 29,5% das famílias relatando melhora nos ganhos e 54,8% afirmando estabilidade. O acesso ao crédito também continua limitado: 21,7% dos entrevistados disseram que está mais difícil obter empréstimos, percepção que é ainda maior entre famílias com renda de até 10 salários mínimos (22,9%), contra 15,3% entre os de maior renda.
O nível de consumo atual manteve-se praticamente estável (84,9 pontos). Cerca de 34% das famílias disseram estar consumindo menos do que no ano passado, enquanto 46,6% mantêm o mesmo padrão de compras. Já a perspectiva de consumo para os próximos meses apresentou leve alta, chegando a 90,2 pontos, o que indica que a maioria das famílias espera manter o consumo em patamar estável.
O indicador mais afetado foi o que mede o momento para compra de bens duráveis, que caiu para 89,8 pontos, uma redução de 7%. Apenas 38,3% consideram o momento favorável para adquirir eletrodomésticos ou eletrônicos, enquanto 48,5% avaliam o cenário como ruim.
De forma geral, o ICF mostra que os campo-grandenses mantêm confiança moderada, mas preferem adiar grandes compras e controlar gastos. A estabilidade no emprego sustenta o otimismo, mas o custo do crédito e o juro alto limitam o apetite por consumo e freiam o ritmo do comércio local.





