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Camapuã: A fascinante história da cidade que surgiu das rotas jesuíticas e virou símbolo do sertão de Mato Grosso do Sul

Do abandono colonial à fundação oficial em 1948, Camapuã preserva memórias de missões jesuíticas, bandeirantes e fazendeiros pioneiros que moldaram o interior sul-mato-grossense.


Por Karol Peralta

Camapuã, localizada no norte de Mato Grosso do Sul, tem sua origem marcada por importantes acontecimentos da colonização do Brasil Central. Ainda no século XVI, em 1593, missionários jesuítas espanhóis subiram os rios Nilo e Pardo até se estabelecerem à margem do ribeirão Camapuã, criando uma redução religiosa que viria a concentrar diversos grupos indígenas catequizados.

Essa ocupação religiosa e estratégica floresceu com o auxílio de paulistas bandeirantes, que por volta de 1650 ajudaram a erguer uma estrutura que funcionava como pouso para as expedições rumo ao rio Coxim e, posteriormente, às minas de Cuiabá. Camapuã foi, portanto, peça-chave no caminho das bandeiras paulistas e no suporte às longas viagens fluviais desde São Paulo, passando por Araritaguava, até os sertões do atual Centro-Oeste brasileiro.

A criação do varadouro de Camapuã pelos irmãos Lemes, em 1723, facilitou a travessia terrestre entre os rios Pardo e Coxim, consolidando o local como entreposto estratégico. A presença de Manoel Dias da Silva em 1739, organizando forças militares contra os castelhanos, reforça a importância geopolítica da região.

No entanto, com o declínio do ciclo do ouro e o fim das expedições bandeirantes, Camapuã foi abandonada por décadas. A região virou cenário de lendas e aventuras em busca de tesouros perdidos, mas sem resultados concretos — apenas vestígios humanos da ocupação passada. Foi somente com a chegada de Júlio Baís, que fincou rancho por ali no final do século XIX, que a área voltou a receber presença humana contínua.

🌱 Recomeço no século XX e ascensão como município

O renascimento de Camapuã começou no início do século XX, impulsionado pela expansão de fazendas de gado e agricultura. Nomes como Francisco Faustino Alves, Protázio Paulino de Melo, Joaquim Capestana e Camilo Bonfim lideraram o pedido para criar o Patrimônio de Camapuã, oficializado pela Lei nº 845 de 3 de novembro de 1921, com a reserva de 3.600 hectares para povoação, ainda pertencente ao município de Coxim.

A primeira casa comercial foi construída por João da Mota em 1924, que também deu início à construção de uma igrejinha, mas faleceu antes de concluí-la. Em 1933, pelo Decreto nº 272, foi criado o Distrito de Paz de Camapuã, com instalação oficial em 22 de julho do mesmo ano. O crescimento foi rápido e em 1948, pela Lei nº 134, Camapuã foi finalmente elevada à categoria de município.

🌍 Identidade sul-mato-grossense

Com a criação do estado de Mato Grosso do Sul em 1977, Camapuã passou a integrar oficialmente a nova unidade federativa, consolidando-se como uma cidade de forte identidade regional, rica em cultura, tradição rural e história.

Hoje, Camapuã preserva em suas ruas e festas populares a herança de séculos de ocupações, religiosidade e luta por território. Uma história que começou com missões religiosas e tornou-se um dos mais simbólicos capítulos do povoamento do sertão brasileiro.

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