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BRICS reforça multilateralismo e propõe novos paradigmas para governança global, afirma Lula na cúpula do Rio

Presidente Lula destaca papel do BRICS na reforma do sistema internacional, defesa da paz, uso de moedas locais e democratização da inteligência artificial

Por Karol Peralta

Na histórica Cúpula dos Chefes de Estado do BRICS, realizada no Rio de Janeiro e encerrada nesta segunda-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou uma visão contundente sobre o papel do bloco no cenário geopolítico atual e no futuro da governança mundial.

Reunindo pela primeira vez 11 membros titulares, 10 países parceiros, oito convidados e representantes de organizações internacionais como a ONU, OMC e OMS, além da ex-presidenta Dilma Rousseff na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento, o encontro destacou a importância do BRICS como alternativa para a reestruturação internacional diante dos desafios do século XXI.

Lula resumiu a essência do bloco afirmando: “O BRICS é um novo jeito de a gente fazer o multilateralismo sobreviver no mundo. A gente não quer mais um mundo tutelado. Queremos fortalecer o processo democrático, o processo multilateral. Queremos paz, desenvolvimento e participação social. Se quisermos criar algo novo, precisamos de novos paradigmas e não repetir os mesmos erros.”

Reforma da governança global e fim da Guerra Fria

O presidente brasileiro enfatizou que o mundo não pode mais conviver com “guerra fria, desrespeito à soberania e conflitos”. Ele ressaltou a necessidade de atualizar a governança mundial, citando a revisão do Estatuto da ONU para refletir os eventos geopolíticos pós-2021, e não os de 1945.

“Estamos vivendo possivelmente o maior período de conflito desde a Segunda Guerra Mundial”, alertou Lula, destacando a incapacidade atual da ONU em mediar conflitos, especialmente na guerra entre Rússia e Ucrânia, onde “não há instituição capaz de sentar as partes na mesa e propor soluções”.

Lula defendeu a ampliação do Conselho de Segurança da ONU para incluir países da África, Oriente Médio e América Latina, promovendo um sistema mais representativo e eficaz.

Revolução no sistema financeiro global

Outro ponto crucial apontado por Lula foi a necessidade de reinventar o sistema financeiro internacional. “Não queremos mudança no FMI porque gostamos dele, mas porque ele precisa ser um banco de investimento para os países mais pobres, e não uma instituição que os leva à falência com modelos de austeridade.”

Ele ressaltou o papel do Banco do BRICS como modelo para financiar infraestrutura, saúde e energia, buscando transformar dívidas em investimentos produtivos.

Moedas locais e comércio sem dólar

Questionado sobre a substituição do dólar nas transações comerciais entre países do BRICS, Lula afirmou que esse é um caminho natural e inevitável. Ele lembrou que Brasil e Argentina já realizam comércio nas moedas locais desde 2004, e defendeu a ampliação dessa prática para Índia, China, Europa e demais parceiros, com responsabilidade e diálogo entre bancos centrais.

Democratização da inteligência artificial

Na área tecnológica, Lula alertou para o risco da concentração da inteligência artificial em poucas empresas e países. “É preciso que o BRICS crie um sistema para que todos tenham acesso à IA, e que ela não seja instrumento de dominação por meia dúzia de corporações”, declarou.

Avanços e declarações do ministro Mauro Vieira

Para o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o encontro foi marcado por debates frutíferos e avanços significativos na pauta da governança global, multilateralismo, inteligência artificial, meio ambiente e saúde.

“Adotamos uma Declaração de Líderes forte, cristalizando o entendimento comum sobre a reforma da governança global, e recebemos apoio da China e Rússia ao protagonismo ampliado do Brasil e Índia no Conselho de Segurança”, destacou o chanceler, reforçando o compromisso do BRICS em enfrentar o unilateralismo e avançar em temas críticos da política internacional.


A cúpula do BRICS no Rio representa, portanto, uma tentativa concreta de remodelar o sistema global, com foco em cooperação, justiça social e equilíbrio geopolítico, desafiando estruturas tradicionais e propondo um mundo mais plural e democráti

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