Saída do Brasil do Mapa da Fome é fruto de políticas públicas, agricultura familiar, combate à pobreza e ações intersetoriais reforçadas pelo governo Lula

Por Karol Peralta
Na última terça-feira, 5 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da cerimônia de encerramento da plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), no Palácio do Planalto. O evento marcou um momento histórico para o país: a saída oficial do Brasil do Mapa da Fome, conforme anunciado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU).
Durante o discurso, Lula destacou o papel fundamental das políticas públicas e da atuação de diversos setores da sociedade civil na superação do quadro crítico da fome. “Vocês não sabem a alegria que eu estou, porque a gente está mostrando ao mundo que é possível. E não é possível por conta de um governo, é possível porque existem vocês”, afirmou o presidente, emocionado.
Lula também relembrou episódios da própria infância, quando enfrentou a fome, e enfatizou que o combate à insegurança alimentar é uma prioridade do seu governo. “A fome vai corroendo você por dentro. Não dá pra ter política ‘quebra-galho’. A fome é responsabilidade do Estado”, disse, reforçando a necessidade de ações estruturadas e contínuas.
A conquista foi possível graças a uma série de medidas estratégicas adotadas pelo governo: apoio à agricultura familiar, valorização do salário mínimo, fortalecimento do programa de alimentação escolar e incentivo à geração de emprego e renda.
O ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, celebrou o feito como um exemplo internacional. “O Brasil, mais uma vez, mostra ao mundo que é possível acabar com a fome, com políticas públicas bem desenhadas, com participação social, intersetoriais e com foco nos mais vulneráveis”, destacou. Ele lembrou ainda que a meta era alcançar esse resultado até 2026, mas que foi atingida antes do prazo.
Márcio Macêdo, ministro da Secretaria-Geral da Presidência e secretário-geral do Consea, atribuiu a vitória à atuação conjunta de governo e sociedade. “Foi a união de forças que nos levou a esse resultado: recuperação do salário mínimo, geração de emprego e políticas sociais consistentes”, pontuou.
A presidente do Consea, Elisabetta Recine, reforçou que o Brasil conseguiu reverter um cenário crítico em apenas dois anos. “Por mais que nós tenhamos chegado a uma situação dramática, não esquecemos como fazer políticas públicas integradas, focadas nas comunidades mais vulneráveis”, explicou.
Segundo a FAO, o Brasil agora está abaixo do índice de 2,5% da população em risco de subnutrição — critério que define a presença no Mapa da Fome. O índice tem como base a média trienal entre 2022 e 2024, período em que o país registrou avanços significativos, retirando cerca de 24 milhões de pessoas da insegurança alimentar grave.
O evento também incluiu debates sobre a relação entre segurança alimentar e a Agenda Climática, com a presença de representantes do governo, técnicos e entidades da sociedade civil.
O Consea, órgão de assessoramento direto da Presidência da República, continua sendo peça-chave na articulação das políticas públicas de segurança alimentar. Sua atuação intersetorial, com participação dos três níveis de governo e da sociedade, foi essencial para o resultado alcançado.
Com essa conquista, o Brasil reafirma seu compromisso com a dignidade, a justiça social e o direito à alimentação saudável para todos os brasileiros.