Dados do Inpe mostram redução de 31% na Amazônia e 45% no Cerrado; governo destaca papel de Unidades de Conservação na proteção da biodiversidade e no combate à mudança climática

Por Karol Peralta
O Brasil alcançou resultados históricos no combate ao desmatamento entre agosto de 2024 e julho de 2025, com reduções expressivas nas Unidades de Conservação (UCs) federais, segundo dados do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O levantamento aponta queda de 31% na Amazônia e 45% no Cerrado em relação ao mesmo período do ano anterior, consolidando avanços significativos na preservação ambiental e no cumprimento da meta nacional de desmatamento zero até 2030.
Entre agosto de 2024 e julho de 2025, o Brasil alcançou números inéditos no combate ao desmatamento em Unidades de Conservação (UCs) Federais. Segundo o sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve queda de 31% na Amazônia e 45% no Cerrado em comparação com o período anterior, reforçando os esforços nacionais de preservação ambiental e combate à crise climática global.
Desmatamento histórico e contexto por bioma
Entre agosto de 2024 e julho de 2025:
- Amazônia: 134 km² de desmatamento registrado em UCs federais, menor índice desde a criação do Inpe (2007).
- Cerrado: 31 km², segundo menor índice histórico.
- Comparativo com 2022: queda de 74% na Amazônia e 62% no Cerrado.
Esses números indicam a viabilidade do Brasil em cumprir a meta de desmatamento zero até 2030, consolidando políticas de proteção ambiental e fiscalização em áreas sensíveis.
“Fruto do trabalho sério do ICMBio e do compromisso do Governo do Brasil em zerar o desmatamento até 2030”, destacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas redes sociais.
Diversidade, soberania e povos originários
O presidente Lula ressaltou que o resultado reflete o papel central dos povos originários e comunidades tradicionais, que há séculos protegem a floresta em seus territórios.
“Em poucos dias terá início a COP30, onde o Brasil vai apresentar ao mundo uma Amazônia viva, diversa e soberana. Lá, mostraremos que é possível cuidar da floresta garantindo dignidade e oportunidade para quem vive e cuida dela”, escreveu.
Papel estratégico das Unidades de Conservação
As áreas protegidas desempenham função crucial na mitigação da crise climática, absorvendo carbono da atmosfera e armazenando-o na biomassa e no solo, evitando a liberação de grandes quantidades de gases de efeito estufa.
A ministra Marina Silva enfatizou que as UCs promovem serviços ecossistêmicos essenciais, como estabilidade climática e regulação de chuvas, beneficiando a sociedade e a economia brasileira.
Ampliação e fortalecimento das UCs
Desde 2023, o governo federal:
- Criou ou ampliou 14 áreas protegidas nos biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e áreas marinho-costeiras, totalizando 550 mil hectares.
- Estabeleceu 59 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).
Segundo Mauro Pires, presidente do ICMBio:
“Investir na criação, ampliação e consolidação das Unidades de Conservação é uma das estratégias mais eficazes para enfrentar a mudança do clima, preservar a biodiversidade e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.”
Impactos socioambientais
A redução do desmatamento nas UCs impacta diretamente:
- Segurança hídrica e estabilidade climática regional.
- Preservação de espécies endêmicas e biodiversidade.
- Desenvolvimento sustentável, com geração de empregos em fiscalização, monitoramento, manejo florestal e turismo ecológico.
- Redução das emissões de CO₂: cada hectare preservado evita a liberação de aproximadamente 200 a 400 toneladas de CO₂ ao ano.
Contexto histórico e gráfico comparativo (1990-2025)
| Ano | Amazônia (km² desmatados) | Cerrado (km² desmatados) |
|---|---|---|
| 2007 | 600 | 80 |
| 2010 | 550 | 75 |
| 2015 | 480 | 65 |
| 2020 | 310 | 50 |
| 2022 | 520 | 82 |
| 2024-25 | 134 | 31 |
Observação: Queda significativa nos últimos anos indica efetividade de políticas públicas, fiscalização e participação de comunidades tradicionais.
Políticas públicas e fiscalização
O governo federal implementou diversas ações para fortalecer o combate ao desmatamento:
- Monitoramento satelital contínuo (Prodes e Deter).
- Reforço da fiscalização do ICMBio e IBAMA em áreas críticas.
- Criação de programas de incentivo a comunidades tradicionais e povos indígenas, reconhecendo sua gestão sustentável da floresta.
- Política de fortalecimento das RPPNs e áreas marinho-costeiras.
Segundo especialistas, a combinação de tecnologia, fiscalização rigorosa e engajamento comunitário é fundamental para manter a tendência de queda do desmatamento e garantir que o Brasil seja protagonista global na proteção ambiental.
Perspectivas para a COP30
Com a COP30 iniciando em novembro, o Brasil terá oportunidade de apresentar:
Políticas públicas integradas que combinam preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e proteção de comunidades locais.
Uma Amazônia preservada e biodiversa.
Resultados concretos de redução do desmatamento.
Os resultados históricos de 2024-2025 demonstram que o Brasil está no caminho certo para cumprir as metas de desmatamento zero até 2030 e reduzir os impactos das mudanças climáticas. A continuidade de políticas públicas, monitoramento tecnológico e participação de comunidades tradicionais será crucial para manter essa trajetória positiva.





