Pesquisa do IBGE aponta recorde de emprego com carteira assinada e aumento nos rendimentos no mercado de trabalho brasileiro

Por Karol Peralta
O Brasil atingiu no segundo trimestre de 2025 a menor taxa de desemprego já registrada desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2012. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (31), a taxa ficou em 5,8%, superando o recorde anterior de novembro de 2024, que era de 6,1%.
No período entre abril e junho, o país contava com aproximadamente 102,3 milhões de trabalhadores ocupados e cerca de 6,3 milhões de desocupados. O número de pessoas à procura de emprego caiu 17,4% em relação ao primeiro trimestre, o que significa cerca de 1,3 milhão de pessoas a menos buscando trabalho. Já o total de ocupados cresceu 1,8%, o que equivale a 1,8 milhão de trabalhadores a mais no país.
Outro destaque é o crescimento do número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que chegou a 39 milhões de pessoas, um aumento de 0,9% em relação ao trimestre anterior e o maior já registrado pelo IBGE. Além disso, o número de trabalhadores sem carteira assinada também cresceu 2,6%, totalizando 13,5 milhões.
A Pnad Contínua de 2025 foi a primeira a usar dados do Censo 2022 para ponderação, ajustando a amostra representativa de domicílios pesquisados. A pesquisa abrange pessoas com 14 anos ou mais, considerando todas as formas de ocupação, seja formal ou informal, temporária ou por conta própria.
A taxa de informalidade no país ficou em 37,8%, o menor índice desde o segundo trimestre de 2020, quando foi 36,6%. O IBGE define trabalhadores informais como aqueles sem carteira assinada e os autônomos sem CNPJ, que não têm direito a benefícios como seguro-desemprego e férias remuneradas.
Além disso, o número de desalentados – pessoas que desistiram de procurar emprego por acreditarem que não conseguirão – caiu para 2,8 milhões, o menor patamar desde 2016.
Rendimentos crescentes
O mercado de trabalho mais aquecido também reflete nos rendimentos. O IBGE aponta que o rendimento médio mensal real dos trabalhadores foi de R$ 3.477, o maior valor já apurado, com alta de 1,1% em relação ao primeiro trimestre e aumento de 3,3% na comparação com o segundo trimestre de 2024.
O crescimento no número de empregados e o aumento dos salários resultaram em uma massa salarial recorde de R$ 351,2 bilhões, valor 5,9% maior que o do mesmo período do ano passado. Esse montante é importante para a economia, pois representa o volume de dinheiro que circula no país, movimentando o consumo e a poupança.