Brasil recebe antídoto fomepizol e fortalece capacidade do SUS para tratar intoxicações por metanol

Ministério da Saúde inicia distribuição de fomepizol para estados com casos suspeitos e garante estoque estratégico em todo o país

Por Karol Peralta

O Governo do Brasil recebeu, nesta quinta-feira (9), 2,5 mil unidades do antídoto fomepizol, reforçando o estoque estratégico do Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de intoxicações por metanol, associadas ao consumo de bebidas adulteradas.

O Ministério da Saúde iniciou hoje a distribuição de 1,5 mil unidades, priorizando São Paulo, estado com o maior número de casos, que receberá 288 unidades. Na sexta-feira (10), outros estados com ocorrências suspeitas receberão o medicamento, incluindo Pernambuco (68), Paraná (84), Rio de Janeiro (120), Rio Grande do Sul (80), Mato Grosso do Sul (20), Piauí (24), Espírito Santo (28), Goiás (52), Acre (16), Paraíba (28) e Rondônia (16). O restante das ampolas permanecerá no estoque estratégico, garantindo atendimento ágil em todo o país.

A aquisição do fomepizol é inédita no Brasil, realizada com a subsidiária de uma empresa japonesa, apenas oito dias após o acionamento do Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, explica:

“O fomepizol oferece uma segunda opção de tratamento, além do etanol farmacêutico, e está disponível para todos os estados. Apesar de notificações em 12 estados, toda a população terá acesso seguro ao medicamento.”

Distribuição equitativa e estratégica

O quantitativo enviado a cada estado foi definido considerando dados populacionais do IBGE, garantindo oferta equitativa e capacidade de resposta rápida às emergências toxicológicas. Estados poderão solicitar novas remessas conforme a demanda e registros de casos.

Eficácia do fomepizol

O fomepizol é altamente eficaz no tratamento de intoxicações por metanol, impedindo a formação de ácido fórmico e prevenindo a acidose metabólica, condição grave que pode levar a complicações fatais. Devido à baixa demanda e ao alto custo global, o medicamento é raro e limitado mundialmente. A Anvisa e o Ministério da Saúde trabalharam rapidamente para localizar fornecedores internacionais e viabilizar a importação em volume substancial, com apoio da Opas.

“Foi um processo ágil e recorde: discutimos com todos os parceiros no sábado, autorizamos a importação no domingo, e na quinta-feira o produto chegou ao Brasil”, afirmou Mariângela Simão.

Etanol farmacêutico no SUS

Além do fomepizol, o etanol farmacêutico continua disponível em todas as unidades do SUS para uso em suspeitas de intoxicação, administrado sob prescrição e supervisão médica. O Ministério da Saúde também recebeu a doação de 12 mil ampolas de etanol farmacêutico da empresa brasileira Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos, somando-se às 4,3 mil já entregues aos estoques do SUS pelos hospitais universitários federais, em parceria com a Ebserh.

Até a manhã desta quinta-feira, 1.485 unidades do antídoto já haviam sido distribuídas a dez estados e ao Distrito Federal: Alagoas, Rio Grande do Sul, Goiás, Paraná, Acre, Ceará, Rio de Janeiro, Bahia, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.

Atualização de casos

Até 8 de outubro, o Brasil registrava 259 notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebidas adulteradas. Destes, 24 casos foram confirmados e 235 permanecem em investigação. São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul têm casos confirmados, somando 24 pacientes. Entre os óbitos, cinco foram confirmados em São Paulo e 11 seguem em investigação.

Otimismo e fortalecimento da saúde pública

A chegada do fomepizol ao Brasil representa avanço significativo no cuidado com a população e reforça a capacidade do SUS de responder rapidamente a emergências toxicológicas. Com a distribuição equitativa do medicamento e o uso do etanol farmacêutico, o país garante atendimento seguro e eficaz, reforçando a confiança na ciência e na gestão pública da saúde.

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