Brasil realiza Dia D nacional contra a dengue com mutirões e novas tecnologias de combate ao Aedes aegypti

Campanha do Ministério da Saúde mobiliza estados e municípios neste sábado (8) para eliminar criadouros e reforçar o controle das arboviroses em todo o país.

Por Karol Peralta

Como parte da campanha “Não dê chance para dengue, Zika e chikungunya”, o Ministério da Saúde promove neste sábado (8), em todo o país, o Dia D nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. A mobilização reúne gestores, profissionais de saúde, agentes de endemias, lideranças comunitárias e a população em geral, com ações de conscientização e mutirões de limpeza.

Mais de 370 mil profissionais participam diariamente das ações de prevenção e controle das arboviroses nos 5.570 municípios brasileiros. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) orientam as famílias durante visitas domiciliares e estimulam o engajamento popular, enquanto os Agentes de Combate às Endemias (ACE) aplicam larvicidas e registram dados que orientam as políticas públicas.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a mobilização ocorre antes do período de maior transmissão, no primeiro semestre.

“Este é o momento de conscientizar e engajar a população e os municípios para identificar os pontos críticos e eliminar os criadouros do mosquito”, afirmou.

Segundo o ministro, o uso de novas tecnologias, como o método Wolbachia, tem se mostrado fundamental para reduzir os índices de infecção.

 Foto: Flávio Carvalho/WMP Brasil/Fiocruz

Casos em queda, mas alerta permanece

Até 30 de outubro, o Brasil registrou 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, uma queda de 75% em relação a 2024. O número de óbitos confirmados também caiu 72%, totalizando cerca de 1,6 mil.
Os estados com mais registros são São Paulo (890 mil), Minas Gerais (159,3 mil), Paraná (107,1 mil), Goiás (96,4 mil) e Rio Grande do Sul (84,7 mil).

Apesar da redução, o 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) mostra que 30% dos municípios brasileiros estão em estado de alerta. Em 3,2 mil cidades, mais de 80% das larvas são encontradas em locais domésticos, como vasos de plantas, pneus, garrafas e caixas d’água.

Investimento em novas tecnologias

Para o biênio 2025/2026, o Ministério da Saúde prevê R$ 183,5 milhões em investimentos no controle vetorial, com o uso de tecnologias como o método Wolbachia, mosquitos estéreis irradiados e estações disseminadoras de larvicida (EDLs).

Em Niterói (RJ), o método Wolbachia já reduziu em 89% os casos de dengue, 60% de chikungunya e 37% de Zika. A previsão é expandir a tecnologia para 70 cidades até 2026, incluindo 13 delas ainda em 2025.

Em Curitiba (PR), foi inaugurada a maior biofábrica de Wolbachia do mundo, com capacidade de produzir 100 milhões de ovos por semana. A tecnologia impede o mosquito de transmitir os vírus ao ser infectado pela bactéria Wolbachia.

Além disso, o governo distribuiu 2,3 milhões de sais de reidratação oral, 1,3 milhão de testes laboratoriais e 1,2 mil nebulizadores portáteis, além de 77,9 mil EDLs instaladas em 26 municípios.

Pequenas ações que salvam vidas

A campanha reforça que ações simples podem evitar mortes. O ministério orienta a eliminar recipientes com água parada, tampar caixas d’água, colocar areia nos vasos de plantas e amarrar bem os sacos de lixo. Também é essencial permitir a entrada dos agentes de saúde nas residências.

Em caso de febre, dor de cabeça, manchas na pele ou dores nas articulações, o paciente deve procurar uma Unidade Básica de Saúde e evitar automedicação, que pode agravar o quadro.

 Foto: Edu Kapps/SMS

Mobilização no Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) realiza o Dia D estadual contra a dengue em todos os 92 municípios, como parte da campanha “Contra a Dengue Todo Dia”. As ações incluem mutirões de limpeza, distribuição de materiais educativos e visualização de larvas do Aedes aegypti em microscópios.

A secretária estadual de Saúde, Claudia Mello, destacou que “o combate à dengue é uma missão de todos” e que dez minutos por semana dedicados à inspeção doméstica podem salvar vidas.

O estado registrou 29.315 casos prováveis de dengue em 2025, com 1.200 internações e 25 óbitos, segundo o painel Monitora RJ. Em 2024, o Rio viveu uma epidemia, com 302 mil casos e 232 mortes.

Vigilância constante

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS-Rio) também promove mutirões neste sábado, com visitas domiciliares e ações educativas em todas as regiões da capital. Em 2025, mais de 10 milhões de imóveis já foram vistoriados, e 1,4 milhão de criadouros foram eliminados.

A população pode solicitar inspeções ou denunciar focos do mosquito pela Central 1746.

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