Brasil negocia US$ 500 milhões com Banco do BRICS para impulsionar PAC em Norte, Nordeste e Centro-Oeste

Ministro Waldez Góes e presidente Dilma Rousseff debatem novas linhas de financiamento para transportes, logística e infraestrutura sustentável no âmbito do Novo PAC

Por Karol Peralta

O Brasil avançou em negociações de novas linhas de financiamento para projetos de transporte, logística e infraestrutura no âmbito do Novo PAC nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. O tema foi central na reunião realizada nesta quinta-feira (14), em Xangai, entre o Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff.

O encontro teve como objetivo fortalecer a cooperação com o Banco do BRICS na captação de recursos para os Fundos de Desenvolvimento Regional. Durante a reunião, a equipe do MIDR apresentou uma carteira de projetos a serem financiados com o empréstimo de US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões), além de discutir os requisitos para o lançamento de novas linhas de crédito.

O ministro Waldez Góes destacou a condução cuidadosa das negociações. “Acreditamos que esses projetos respondem a desafios estruturais e contribuirão para ampliar a inclusão territorial, a segurança hídrica e a infraestrutura. Estamos à disposição para seguir com o diálogo técnico e avançar na construção conjunta de soluções financeiras que fortaleçam a capacidade do Brasil de enfrentar seus desafios territoriais e climáticos”, afirmou.

A presidente do NDB, Dilma Rousseff, ressaltou a prioridade em projetos voltados à transição energética e infraestrutura logística. “Estamos discutindo como levar portos, terminais e rodovias para o Norte, Nordeste e Centro-Oeste, garantindo uma transição energética justa, com fontes alternativas de energia, inclusive biocombustíveis, e cidades inteligentes”, afirmou.

Reunião com o Banco do BRICS

À frente da estratégia de captação de recursos, o secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, detalhou que a carteira apresentada ao NDB foi elaborada em conjunto com a Secretaria Especial do Programa de Aceleração do Crescimento. “Trabalhamos com a Casa Civil para identificar iniciativas elegíveis, focadas em logística, transporte e sustentabilidade, com destaque para a Amazônia. Entre elas estão concessões rodoviárias, terminais ferroviários — como Transnordestina, Fico e Fiol — hidrovias e portos”, disse.

O secretário acrescentou que a meta é acelerar a seleção dos projetos estratégicos, permitindo que novas linhas de financiamento sejam anunciadas no segundo semestre de 2025, alinhadas à agenda da COP 30.

Captação de recursos

A Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, em parceria com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial (BM) e NDB, conduz uma estratégia de captação que já soma US$ 1,833 bilhão. O objetivo é criar novas linhas de financiamento, aplicadas pelos Fundos de Desenvolvimento, para impulsionar projetos estruturantes no Brasil.

Com essa iniciativa, o governo brasileiro fortalece relações bilaterais com a China, amplia oportunidades de investimento em infraestrutura e desenvolvimento regional, e promove a integração da economia nacional às cadeias globais de valor, estimulando o crescimento sustentável, especialmente na Amazônia.

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