Brasil lança fundo de investimento climático de US$ 400 milhões com apoio do BNDES e Fundo Verde

Anunciado durante o COP30 Business and Finance Forum, o fundo visa alavancar mais de US$ 1 bilhão em investimentos para impulsionar a transição ecológica brasileira e tornar o país referência em financiamento climático sustentável.

Por Karol Peralta

O Ministério da Fazenda, em parceria com o BNDES e o Fundo Verde para o Clima (GCF), anunciou nesta terça-feira (4) a criação de um fundo catalítico de investimento climático com previsão de lançamento em 2026. O projeto, apresentado durante o COP30 Business and Finance Forum, em São Paulo, marca um passo inédito na estratégia de financiamento verde do Brasil e poderá mobilizar mais de US$ 1 bilhão em recursos.

Durante o COP30 Business and Finance Forum, em São Paulo, o Ministério da Fazenda, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Fundo Verde para o Clima (GCF) anunciaram planos para a criação de um fundo catalítico de investimento com um aporte inicial de mais de US$ 400 milhões. O lançamento está previsto para 2026 e tem como objetivo impulsionar projetos sustentáveis e acelerar a transição ecológica brasileira.

O fundo será o primeiro do tipo dedicado exclusivamente a um país e faz parte da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP), criada para mobilizar investimentos em larga escala na economia de baixo carbono. A iniciativa será secretariada pelo BNDES, que atua como agente central na coordenação de recursos voltados ao financiamento verde.

“O fundo é um marco na integração entre o setor público e privado para viabilizar o financiamento climático no Brasil”, destacou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, a BIP conecta a política econômica nacional a projetos que combinam sustentabilidade, inovação e inclusão social.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que o novo fundo representa um avanço estratégico na transformação ecológica brasileira. “Ao estruturar mecanismos de capital catalítico com participação do setor privado, o BNDES reafirma seu papel de indutor de investimentos sustentáveis e consolida o Brasil como referência internacional na nova economia verde”, ressaltou.

Entre os parceiros internacionais que apoiam a iniciativa estão a Bloomberg Philanthropies e a Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ). Para Michael R. Bloomberg, enviado especial da ONU para Ambição e Soluções Climáticas, o Brasil demonstra liderança global ao promover uma colaboração público-privada voltada à redução de emissões e crescimento sustentável.

A diretora executiva do GCF, Mafalda Duarte, destacou que o fundo usará capital concessional para reduzir riscos e atrair investimentos privados. “Esse tipo de financiamento é essencial para mercados emergentes, permitindo que projetos climáticos avancem com segurança e impacto real”, afirmou.

O Brasil busca, com essa estratégia, cumprir sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que prevê a redução de emissões entre 59% e 67% até 2035. O modelo de financiamento misto, segundo o GCF, pode ser replicado em outros países em desenvolvimento, posicionando o Brasil como referência internacional em finanças sustentáveis.

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