Em missão oficial, governo e empresários brasileiros discutem redução tarifária, inovação e novos investimentos em setores estratégicos como agronegócio, energia e tecnologia

Por Karol Peralta
Durante o segundo dia da missão oficial do governo brasileiro à Índia, representantes do setor produtivo e autoridades discutiram novas oportunidades de negócios, redução de tarifas comerciais e expansão do comércio bilateral, com o objetivo de elevar os fluxos entre os dois países para US$ 20 bilhões. O encontro contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
O governo brasileiro e lideranças empresariais reforçaram, nesta quinta-feira (16), o compromisso de fortalecer as relações comerciais entre Brasil e Índia. O diálogo ocorreu durante a missão oficial à Índia, que reuniu autoridades e cerca de 20 empresas de setores como agronegócio, tecnologia, energia, construção civil, química e saúde.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, destacou que o comércio bilateral deve atingir US$ 15 bilhões em 2025, com meta de alcançar US$ 20 bilhões nos próximos anos. “Nosso comércio está crescendo. A presença dos setores privados brasileiro e indiano é central para isso”, afirmou.
Acordos para impulsionar os fluxos bilaterais
Alckmin ressaltou a importância dos acordos bilaterais de investimentos e do tratado para evitar dupla tributação, promulgados nesta semana, além da ampliação do Acordo de Preferências Tarifárias Mercosul-Índia. “O acordo atual contempla apenas 450 linhas tarifárias, o que representa menos de 5% do potencial comercial entre os países”, explicou.
A diretora de negócios da APEXBrasil, Ana Repezza, reforçou que o mercado indiano atrai atenção por seu crescimento acelerado e pela demanda por produtos brasileiros. “Boa parte dos pleitos das empresas brasileiras envolve reduções tarifárias para ampliar o acesso ao mercado indiano”, destacou.
Adaptação e inovação para o mercado local
Os representantes brasileiros também apresentaram produtos voltados a saneamento básico, construção civil, saúde e isolamento térmico, áreas consideradas prioritárias na Índia. “Esses produtos são fundamentais para atender demandas urgentes da população indiana e reforçam o papel da inovação brasileira no cenário global”, afirmou Repezza.
Investimentos e expansão industrial
Entre os anúncios, a ANIDEC-Embraco, com sede em Joinville (SC), confirmou investimento de US$ 120 milhões na construção de uma nova fábrica no estado indiano de Maharastra. A planta produzirá 6 milhões de compressores por ano, com foco em eficiência energética e exportações regionais para a Ásia.
Já a WEG Índia, que atua há mais de 15 anos no país, fabrica equipamentos eletroeletrônicos industriais para geração e transmissão de energia. O diretor Jean Butzke destacou que a empresa está desenvolvendo novos produtos locais, incluindo aerogeradores para usinas eólicas.
Conselho Empresarial Brasil-Índia
Durante a missão, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou o lançamento do Conselho Empresarial Brasil-Índia, previsto para fevereiro de 2026. O grupo deve atuar em conjunto com a APEXBrasil para promover parcerias estratégicas e explorar novas oportunidades industriais.





