Com 13 ouros, 16 pratas e 10 bronzes, delegação brasileira garante sexta posição no quadro geral; 96% dos atletas são apoiados pelo programa Bolsa Atleta do Governo Federal

Por Karol Peralta
O Brasil encerrou no sábado (27) sua participação no Mundial de Natação Paralímpica de Singapura com uma campanha histórica. Foram 39 medalhas no total — 13 de ouro, 16 de prata e 10 de bronze — resultado que colocou o país na sexta colocação geral do quadro de medalhas.
O desempenho superou o obtido nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, quando o Brasil conquistou 26 medalhas (sete ouros, nove pratas e dez bronzes) com uma delegação maior, composta por 37 atletas.
Bolsa Atleta garante protagonismo
Em Singapura, o Brasil foi representado por 29 atletas, dos quais 28 (96,5%) recebem apoio do programa Bolsa Atleta do Governo Federal. Dos 39 pódios conquistados, 38 vieram de bolsistas. Atualmente, 377 nadadores paralímpicos brasileiros contam com o benefício, que apoia no total 2.851 atletas em modalidades paralímpicas.
“Competição fantástica”, avalia CPB
Segundo o diretor de Alto Rendimento do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Jonas Freire, o Mundial foi um dos mais fortes da história.
“Foi uma competição fantástica para o Brasil. Este foi o Mundial mais forte que acompanhei em 20 anos, com vários recordes mundiais. Atingimos nossas metas de conquistas, que variavam entre 35 e 40 medalhas. Este resultado nos dá uma ótima projeção para Los Angeles 2028”, afirmou Freire.
Destaques individuais
- Carol Santiago, da classe S12 (baixa visão), confirmou seu favoritismo e levou três ouros nas mesmas provas em que já havia brilhado em Paris: 50m livre, 100m livre e 100m costas.
- Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, da classe S2 (comprometimento físico-motor), também conquistou três ouros: 50m costas, 100m costas e 200m livre.
- Mariana Gesteira alcançou o tricampeonato nos 50m livre S9, além de conquistar o ouro nos 100m costas e a prata nos 100m livre.
Novos talentos
A renovação da equipe foi outro destaque. As estreantes Alessandra Oliveira (17 anos) e Beatriz Flausino (21 anos) conquistaram ouro em suas primeiras participações em Mundiais.
- Alessandra venceu os 100m peito S4, com recorde mundial.
- Beatriz faturou o ouro nos 100m peito S14, com recorde das Américas.
Força das equipes
O Brasil também brilhou nas provas coletivas, conquistando ouro nos revezamentos 4x50m medley 20 pontos e 4x100m medley 49 pontos. Atletas estreantes, como Mayara Petzold e a própria Alessandra Oliveira, fizeram parte dos times campeões.
Impacto do Bolsa Atleta
O resultado confirma a importância do Bolsa Atleta, maior programa de apoio individual do mundo. Em agosto, o Governo do Brasil anunciou 9.207 atletas contemplados em 2025, o maior número da história desde a criação do programa em 2005. Com a soma do Bolsa Atleta e do Bolsa Pódio, o total chega a 9.673 esportistas apoiados neste ano.
Quadro de medalhas
O quadro geral foi liderado pela Itália (46 medalhas), seguida por Estados Unidos (35) e China (33). O Brasil terminou em sexto lugar, consolidando sua posição entre as maiores potências da natação paralímpica mundial.
Rumo a Los Angeles 2028
Com atletas experientes no auge, novos talentos surgindo e recordes sendo quebrados, o Brasil já mira os Jogos Paralímpicos de Los Angeles em 2028 com otimismo.
“Alguns de nossos atletas fizeram suas melhores marcas, outros bateram recordes mundiais e temos novos nomes despontando. Isso mostra que o futuro é promissor”, concluiu Jonas Freire.





