
Comando Tripartite será reativado para intensificar o combate ao crime organizado em Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazú
Por Karol Peralta
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, assinou um novo acordo de cooperação com os governos da Argentina e do Paraguai para reforçar a segurança na região da Tríplice Fronteira. O pacto, que renova o funcionamento do Comando Tripartite, foi firmado na última quinta-feira (29) durante reuniões do Mercosul em Buenos Aires.
O documento atualiza os termos do pacto firmado em 1996 e marca um novo capítulo no combate ao crime organizado transnacional, abrangendo as cidades de Foz do Iguaçu (Brasil), Ciudad del Este (Paraguai) e Puerto Iguazú (Argentina).
Segundo Lewandowski, a atuação coordenada entre os países é fundamental para a segurança na região e serve como modelo para futuras cooperações internacionais. “Essa parceria é essencial para garantir soberania, segurança pública e bem-estar da população fronteiriça”, declarou o ministro.
Integração policial contra o crime organizado
O Comando Tripartite consiste em uma estrutura permanente de cooperação entre as forças policiais dos três países. Por meio dos Núcleos de Inteligência Policial e Operações de Fronteira (NIOF), as equipes compartilham informações, realizam operações conjuntas e agem rapidamente contra crimes como tráfico de drogas, armas, pessoas e crimes financeiros.
O novo acordo reforça a confidencialidade das informações compartilhadas e respeita a soberania de cada Estado, além de definir com clareza os compromissos e responsabilidades de cada país.
Formação e especialização conjunta
Outro destaque do acordo é a formação técnica conjunta entre os países. Estão previstas capacitações, intercâmbio de boas práticas e criação de grupos especializados em temas como cibercrime, crimes ambientais, terrorismo e lavagem de dinheiro.
Com vigência inicial de cinco anos, renováveis automaticamente, o pacto busca consolidar a integração regional e combater com mais eficiência as organizações criminosas que atuam nas fronteiras.
Compromisso regional com a segurança
As reuniões do Comando Tripartite serão retomadas, com planejamento conjunto, definição de agendas estratégicas e integração das equipes operacionais. Segundo o ministro Lewandowski, o modelo de governança da Tríplice Fronteira poderá servir de inspiração para outras parcerias semelhantes em áreas sensíveis do Brasil e da América do Sul.
“O crime organizado não reconhece fronteiras. A resposta a ele também precisa ser internacional, integrada e contínua”, concluiu.
Com o reforço da cooperação regional, espera-se um aumento na segurança, na proteção das populações locais e no desenvolvimento socioeconômico da região da Tríplice Fronteira, historicamente vulnerável à atuação de facções criminosas.