Brasil amplia mistura de etanol e biodiesel e dá novo passo rumo à descarbonização da matriz energética

Medida aprovada pelo CNPE aumenta etanol na gasolina para 30% e biodiesel no diesel para 15%, reduz custos, atrai investimentos e fortalece a transição energética no país.

Por Karol Peralta

O Brasil vai ampliar a presença de combustíveis renováveis na sua matriz energética. A partir do dia 1º de agosto, a mistura de etanol na gasolina passará de 27% para 30%, enquanto o biodiesel no diesel será elevado de 14% para 15%. A decisão foi aprovada nesta quarta-feira (25) pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, com participação do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).

A medida está alinhada à Lei do Combustível do Futuro, aprovada em 2023, e às metas da Missão 5 da Nova Indústria Brasil (NIB), que prioriza bioeconomia e descarbonização. Com a nova composição, o Brasil se posiciona na vanguarda da transição energética, consolidando o papel dos biocombustíveis como alternativa estratégica aos combustíveis fósseis.

“O Brasil tem um modelo de biocombustíveis com o qual ninguém consegue competir”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a reunião do CNPE. “Queremos mostrar ao mundo, especialmente na COP30, que temos uma política energética sustentável, sólida e transformadora.”

💰 Investimentos e geração de empregos

A elevação do teor de etanol para E30 e do biodiesel para B15 deverá gerar impactos econômicos positivos. De acordo com estimativas do setor, a mudança pode reduzir em até R$ 0,20 o preço final dos combustíveis nas bombas e estimular cerca de R$ 10 bilhões em novos investimentos, com potencial de criação de 50 mil empregos diretos e indiretos.

A medida também representa um avanço estratégico para o transporte pesado, especialmente em caminhões e ônibus, que passarão a rodar com uma proporção maior de biodiesel, reduzindo significativamente as emissões de gases de efeito estufa.

🌍 Preparação para a COP30 e autonomia energética

O avanço do Brasil no uso de combustíveis renováveis chega em um momento chave, com a aproximação da COP30, a conferência global do clima, que será realizada em Belém (PA) em novembro de 2025. Com a adoção do E30 e B15, o país retoma a autossuficiência em gasolina após 15 anos, reduzindo sua dependência de combustíveis fósseis importados e contribuindo para a estabilidade do mercado interno.

A descarbonização da matriz de transportes se alinha aos compromissos do Brasil com os acordos internacionais de combate às mudanças climáticas, posicionando o país como referência global em bioenergia.

🔋 Vantagens ambientais e industriais

Além do impacto positivo no meio ambiente e na saúde pública, a medida reforça o papel do setor sucroenergético e da indústria de biodiesel como motores do desenvolvimento sustentável nacional. Os biocombustíveis têm menor emissão de carbono, ajudam a diminuir a poluição atmosférica e impulsionam a economia de regiões produtoras, como o Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste.

O ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, também destacou que a nova política “é parte do projeto de neoindustrialização com sustentabilidade, inovação e inclusão social”.

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