Com apoio do programa do Governo Federal, Brasil participa com força máxima do torneio internacional de tênis de mesa; Calderano e Bruna lideram time

Por Karol Peralta
Quando a primeira bolinha subir nas mesas do WTT Star Contender, que começa nesta quarta-feira (30/7) em Foz do Iguaçu (PR), um elemento invisível estará presente em quase todas as trajetórias dos atletas brasileiros em quadra: o programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte.
Dos 30 mesatenistas que representam o Brasil no torneio internacional, 29 já foram contemplados pelo programa, o equivalente a 96,6% da delegação nacional. Destes, 22 atletas (73%) ainda recebem o apoio financeiro direto, que já soma mais de R$ 3,7 milhões investidos ao longo das carreiras dos representantes da seleção.
O torneio segue até o domingo (3/8) e distribui US$ 300 mil em premiação, além de 600 pontos no ranking mundial para os campeões individuais e de duplas.
Um programa que constrói carreiras
Um dos beneficiados de longa data pelo programa é Vitor Ishiy, titular da seleção brasileira. Contemplado em 12 editais do Bolsa Atleta desde 2011, ele reconhece o impacto direto do apoio governamental.
“O Bolsa Atleta sempre foi essencial na minha carreira. Me ajudou a treinar na Europa, viajar para torneios, comprar materiais, fazer fisioterapia, preparação física e mental”, relata Ishiy, atual número 48 do mundo.
Ele não está sozinho: 11 dos atletas presentes no WTT já foram contemplados em cinco ou mais editais ao longo da carreira, mostrando a longevidade do suporte governamental ao esporte de alto rendimento.
“O grande investimento que fazemos ao longo da carreira dos nossos atletas mostra o quanto o Bolsa Atleta é fundamental para os esportistas”, afirma o ministro do Esporte, André Fufuca. “É uma política estruturada e determinante para o Brasil alcançar o patamar de potência olímpica.”
Números do programa
O último edital do Bolsa Atleta contemplou 163 atletas do tênis de mesa olímpico e 115 da versão paralímpica, totalizando 278 bolsistas ativos na modalidade. Desde sua criação, 992 mesatenistas já foram atendidos pelo programa.
Em 2025, o programa bateu recorde histórico: 9,6 mil atletas brasileiros são atualmente bolsistas, somando R$ 196 milhões em investimentos que apoiam desde as categorias de base até a elite olímpica.
Brasil em peso no WTT de Foz
O Brasil participa com 13 atletas no feminino e 17 no masculino, com representantes em todas as categorias: individual, duplas e duplas mistas.
Entre os destaques está Hugo Calderano, número 3 do mundo, campeão da Copa do Mundo e dono de nove títulos no circuito WTT. Calderano integra o Bolsa Atleta desde 2010, quando tinha apenas 14 anos, e chega a Foz embalado por duas conquistas na Argentina — simples e dupla mista ao lado de Bruna Takahashi.
Calderano será o cabeça-de-chave número 1 e terá adversários de peso como os alemães Dang Qiu (13º) e Benedikt Duda (12º), além de nomes da Ásia como Yukiya Uda (Japão) e Oh Junsung (Coreia do Sul).
No feminino, Bruna Takahashi, atual número 19 do ranking mundial, lidera a equipe brasileira. Parceira frequente do Bolsa Atleta, ela já foi contemplada em nove editais desde 2014.
Prata da casa e novos talentos
Entre os nomes promissores e locais está Maria Leticia Mendes, de 25 anos. Natural de Apucarana (PR) e moradora de Foz há quatro anos, ela será a única representante da cidade no torneio. Atleta e técnica da ATMFoz-Gresfi, onde treina 100 jovens, Maria comemora a oportunidade de jogar diante dos alunos e da família.
“Será minha primeira vez num WTT. Hoje sou mais técnica do que atleta, mas não poderia perder essa chance. Estou treinando para dar o máximo”, diz Maria, emocionada com a visibilidade que o torneio traz para a cidade.
📊 Informações do WTT Star Contender – Foz do Iguaçu
- Período: 30 de julho a 3 de agosto
- Premiação total: US$ 300 mil
- Pontos no ranking: até 600 para os campeões
- Brasil no torneio: 30 atletas (13 mulheres e 17 homens)
- Apoio do Bolsa Atleta: 29 atletas já contemplados | 22 atualmente ativos
O WTT de Foz do Iguaçu confirma o protagonismo do Brasil no tênis de mesa internacional e destaca a importância de políticas públicas esportivas de longo prazo, como o Bolsa Atleta, na formação de campeões e fortalecimento da base.
