Balança comercial do Brasil registra superávit de US$ 6,1 bilhões em agosto, aponta MDIC

Exportações brasileiras cresceram 3,9% em relação a agosto de 2024, impulsionadas pela agropecuária e indústria extrativa, segundo dados do MDIC.

Por Karol Peralta

A balança comercial brasileira fechou o mês de agosto de 2025 com superávit de US$ 6,133 bilhões, de acordo com balanço divulgado nesta quinta-feira (4) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). No período, as exportações somaram US$ 29,861 bilhões, enquanto as importações alcançaram US$ 23,728 bilhões, resultando em uma corrente de comércio de US$ 53,589 bilhões.

No acumulado do ano, as exportações totalizam US$ 227,583 bilhões e as importações US$ 184,771 bilhões, gerando saldo positivo de US$ 42,812 bilhões e uma corrente de comércio de US$ 412,354 bilhões. Em relação a agosto de 2024, as exportações cresceram 3,9%, passando de US$ 28,74 bilhões para quase US$ 30 bilhões neste ano.

Setores em destaque

Na comparação com agosto do ano passado, a agropecuária teve crescimento de 8,3% (US$ 0,51 bilhões a mais) e a indústria extrativa avançou 11,3% (US$ 0,74 bilhões). Já a indústria de transformação apresentou retração de 0,9%, com queda de US$ 0,14 bilhões.

Nas importações, houve redução de 2% em relação a agosto de 2024, quando o volume foi de US$ 24,22 bilhões. A agropecuária ficou praticamente estável (+0,4%), enquanto a indústria extrativa cresceu 26,5% (US$ 0,37 bilhões). A indústria de transformação registrou queda de 3,8% (US$ 0,85 bilhões a menos).

Exportações por destino

O desempenho das exportações brasileiras em agosto trouxe avanços expressivos para alguns parceiros comerciais. Os destaques foram:

  • México: +43,82%
  • Argentina: +40,37%
  • Índia: +58%
  • China: +31%
  • Reino Unido: +11%

Por outro lado, houve retrações relevantes:

  • Bélgica: -43,8%
  • Espanha: -31,3%
  • Coreia do Sul: -30,44%
  • Singapura: -17,1%

Queda nas vendas para os Estados Unidos

Em agosto, as exportações brasileiras para os Estados Unidos registraram uma queda de 18,5%. O recuo foi puxado principalmente pela redução das vendas de aeronaves e partes (-84,9%), açúcar (-88,4%) e máquinas não elétricas (-60,9%). Outros produtos também apresentaram retração: carne bovina fresca (-46,2%), máquinas de energia elétrica (-45,6%), celulose (-22,7%), ferro e aço semiacabados (-23,4%), óleos combustíveis (-37%) e madeira (-39,9%).

O minério de ferro chamou atenção, com queda de 100% nas vendas para os EUA, sem registro de exportação no mês.

Impacto do tarifaço

De acordo com o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, a queda nas exportações para os Estados Unidos foi consequência da antecipação de embarques em julho, diante do aumento de tarifas anunciado pelo governo de Donald Trump.

“Atribuo isso muito à antecipação que ocorreu em julho, quando houve uma carta no dia 9 de julho afirmando que as tarifas iam aumentar em 50% para o Brasil e isso gerou incerteza entre os exportadores. Em julho, tivemos crescimento das exportações para os Estados Unidos de 7%”, explicou.


📌 Com os números de agosto, a balança comercial brasileira mantém trajetória de superávit robusto em 2025, apesar da queda nas vendas para os Estados Unidos e da retração em alguns setores da indústria de transformação.

Compartilhe esta postagem:

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *