Operação em Pedro Juan Caballero reforça tensão na fronteira, enquanto governo brasileiro lança plano para adaptar saúde pública aos impactos climáticos

Por Karol Peralta
A manhã desta segunda-feira (1º) foi marcada por dois eventos de impacto para a região de fronteira e para o país: a Polícia Nacional do Paraguai apreendeu armas, bebidas e drogas na Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, e o governo brasileiro anunciou R$ 9,8 bilhões para fortalecer o SUS frente aos efeitos da mudança climática.
A Polícia Nacional do Paraguai realizou uma operação na Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, cidade vizinha a Ponta Porã (MS), apreendendo armas, bebidas alcoólicas e drogas na manhã desta segunda-feira (1º). Segundo as autoridades paraguaias, a ação também encontrou outros itens ilícitos que reforçam a atuação de facções criminosas dentro da unidade, conhecida pela presença de detentos brasileiros e paraguaios ligados a grupos que atuam dos dois lados da fronteira.
A penitenciária enfrenta um grave cenário de superlotação, abriga integrantes do Clã Rotela — uma das organizações mais influentes do Paraguai — e registra constantes disputas internas pelo domínio de espaços. A operação, segundo a polícia, integra ações de combate ao avanço das facções na região.
Enquanto isso, no Brasil, o governo federal anunciou a destinação de R$ 9,8 bilhões para a adaptação do Sistema Único de Saúde (SUS) aos impactos crescentes da crise climática. O investimento, divulgado durante o 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão), será aplicado no AdaptaSUS, plano estratégico apresentado na COP30, em Belém (PA).
A iniciativa prevê 27 metas e 93 ações até 2035, incluindo o fortalecimento dos sistemas de alerta, expansão da vigilância em saúde, capacitação de profissionais, obras em áreas vulneráveis e estímulo à pesquisa. O objetivo é preparar a rede pública para eventos climáticos extremos, que já obrigam, segundo o Ministério da Saúde, “um a cada 12 hospitais no mundo a paralisar atividades”.
Durante o evento, foi lançado o Guia de Unidades de Saúde Resilientes, que passa a integrar os projetos do Novo PAC Saúde. O documento traz orientações para que UBS, UPAs e hospitais tenham estruturas reforçadas, autonomia de energia e água, inteligência predial e padrões de segurança capazes de suportar enchentes, ondas de calor e outros eventos extremos.
Também foram assinadas portarias para regulamentar a profissão de sanitarista, com a criação de comissões responsáveis por formação, registro e identidade profissional, e anunciada a Instância Nacional de Ética em Pesquisa, que moderniza e agiliza a análise ética de estudos com seres humanos, aproximando o Brasil de parâmetros internacionais.





