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Anistia a golpistas divide Congresso e pode beneficiar Jair Bolsonaro

Projeto de lei da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro gera impasse entre Câmara e Senado e reacende debate em meio ao julgamento de Bolsonaro no STF.

Por Karol Peralta

O debate sobre a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 voltou ao centro das discussões em Brasília. Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado, o Congresso Nacional enfrenta divergências sobre a aprovação de um projeto de lei que perdoa os envolvidos.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que ainda não há definição sobre a inclusão do tema na pauta do Plenário.

“Estamos muito tranquilos em relação a essa pauta. Estamos sempre ouvindo os líderes que têm interesse e os que são contrários”, declarou Motta.

No Senado, a resistência é maior. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), declarou ser contra uma anistia ampla e geral, como defende o PL, partido do ex-presidente Bolsonaro. Segundo ele, um texto alternativo deve ser apresentado.

Projeto defendido pela oposição

O projeto de lei da anistia, proposto pelo PL, prevê o perdão a todos os condenados pelos atos de 8 de janeiro — incluindo financiadores, incentivadores e organizadores. Caso aprovado, pode beneficiar diretamente Jair Bolsonaro, investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como líder da tentativa de golpe.

A PGR acusa Bolsonaro de ter participado de um plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que incluía até mesmo a previsão de assassinatos do então presidente eleito e do vice, Geraldo Alckmin, além do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Réus e crimes investigados

Além de Bolsonaro, outros sete aliados estão sendo julgados pelo STF. Entre eles:

  • Paulo Nogueira Batista, ex-ministro da Defesa
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI
  • Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa derrotada de 2022

Os réus respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado.

A única exceção é o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, que teve parte das acusações suspensas e responde apenas a três dos cinco crimes.

Todos negam envolvimento nas acusações.

Constitucionalidade em debate

Para especialistas e juristas, anistiar crimes cometidos contra o Estado Democrático de Direito pode ser considerado inconstitucional, já que atentam contra a base da ordem constitucional brasileira.

Enquanto o STF avança no julgamento, a disputa no Congresso revela um cenário de tensão entre os Poderes e coloca em jogo não apenas o futuro dos condenados, mas também os rumos da própria democracia no Brasil.

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