
A natação paralímpica brasileira tem construído uma história vitoriosa e, ontem, quarta-feira (4), chegou à 20ª medalha nos Jogos de Paris 2024. Com esses resultados, o Brasil já atingiu a marca de 57 medalhas na competição. Historicamente, a modalidade é a segunda em que o Brasil mais conquistou medalhas, com 125 pódios, ficando atrás apenas do atletismo.
Boa parte dessas conquistas passa pelas mãos da pernambucana Carol Santiago, 39 anos, que se consagrou como a maior campeã paralímpica do Brasil. Nesta quarta-feira, a nadadora conquistou mais duas medalhas: ouro na final dos 100m livre S12 (deficiência visual), com o tempo de 59s30, e prata no revezamento 4x100m livre – 49 pontos, junto com Matheus Rheine, Douglas Matera e Lucilene Sousa.
Carol nasceu com síndrome de Morning Glory, uma alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Ela praticou natação convencional até o final de 2018, quando migrou para o esporte paralímpico. Atualmente, Carol é a recordista mundial dos 50m livre, com o tempo de 26s65, registrado em Manchester em 2023.
Em mais um dia de êxito para a modalidade, outras duas medalhas foram conquistadas. Patrícia Pereira ganhou a prata na final dos 50m peito S3 (limitações físico-motoras), com o tempo de 58s31, ficando atrás apenas da italiana Monica Boggioni, que registrou 53s25.
A outra medalha veio com o bronze de Mariana Gesteira nos 100m livre S9 (limitações físico-motoras). Ela completou a prova em 1min02s22, ficando atrás da norte-americana Christie Crossley e da australiana Alexa Leary.
Toda essa trajetória de sucesso conta com o incentivo do Bolsa Atleta, pago pelo Ministério do Esporte. A iniciativa é considerada o maior programa de patrocínio individual do mundo, e os 37 atletas da natação brasileira que estão competindo em Paris são bolsistas. Somente neste ciclo paralímpico, mais de R$2,2 milhões foram destinados aos esportistas da modalidade.
“Praticamente todos os dias temos medalhas nas piscinas do centro aquático de Paris. Os resultados que nossos atletas estão conquistando nos Jogos só demonstram para o mundo porque estamos entre as cinco maiores potências na natação. E, acima disso, mostram que o investimento que o CPB e o governo brasileiro têm feito é essencial”, disse o ministro do Esporte, André Fufuca.

