Trump acusa governo democrata e anuncia bônus de Natal a militares em discurso à nação

Pronunciamento reforça divisões políticas, promete boom econômico e ocorre em meio à queda de popularidade e inflação em alta

Por Karol Peralta

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez nesta quarta-feira (18) um pronunciamento à nação marcado por críticas à administração democrata anterior, promessas econômicas e o anúncio de um bônus de Natal de US$ 1.776 para as tropas norte-americanas. O discurso ocorreu às vésperas das festas de fim de ano, em um contexto de tensão política, inflação persistente e queda de popularidade do governo.

Durante a fala, Trump voltou a atribuir ao ex-presidente Joe Biden a responsabilidade pelos desafios enfrentados pela economia americana, incluindo o alto custo dos alimentos, da habitação, dos serviços públicos e de outros itens essenciais. As declarações repetiram mensagens recentes do presidente, que ainda não conseguiram reduzir a ansiedade da população diante do cenário econômico.

Trump reafirmou a promessa de um boom econômico, apesar de indicadores mostrarem que a inflação permanece elevada e que o mercado de trabalho perdeu fôlego após a imposição de tarifas sobre importações, política que ficou conhecida como guerra tarifária. Segundo ele, essas tarifas ajudariam a financiar um novo “dividendo do guerreiro”, destinado a cerca de 1,45 milhão de militares.

O bônus anunciado, no valor de US$ 1.776 (aproximadamente R$ 9.803), faz referência ao 250º aniversário da assinatura da Declaração de Independência dos Estados Unidos, que será celebrado em 2026. “Os cheques já estão a caminho”, afirmou o presidente durante o pronunciamento.

O discurso foi realizado na Sala de Recepção Diplomática da Casa Branca, com árvores de Natal ao fundo e um retrato de George Washington, reforçando o simbolismo patriótico da mensagem. Ainda assim, o tom adotado esteve mais voltado ao confronto político interno do que a um apelo à unidade nacional.

Popularidade em queda e desafios econômicos

O pronunciamento acontece em um momento de queda contínua da popularidade de Trump junto ao eleitorado. Em 2026, o presidente e o Partido Republicano enfrentarão as eleições de meio de mandato, que definirão o controle da Câmara dos Representantes e do Senado.

Trump falou em ritmo acelerado e tentou responder à frustração pública com a economia, prometendo crescimento no próximo ano e afirmando que taxas de hipotecas irão cair. Também disse que anunciará reformas agressivas no setor habitacional, embora não tenha detalhado medidas concretas.

O presidente apresentou gráficos para sustentar a narrativa de que a economia estaria em trajetória positiva, citando crescimento dos rendimentos, desaceleração da inflação e aumento de investimentos. No entanto, dados recentes indicam um quadro mais contraditório.

A inflação ao consumidor voltou a acelerar e registra alta anual de 3%, acima dos 2,3% observados após o chamado Dia da Libertação, em abril, quando Trump anunciou tarifas sobre produtos importados de diversos países. No mercado de trabalho, a taxa de desemprego subiu de 4% em janeiro para 4,6%, reforçando a percepção de instabilidade.

Apesar da alta do mercado de ações, da queda nos preços da gasolina e do avanço do setor de tecnologia e inteligência artificial, a avaliação geral do público segue marcada por ceticismo. Analistas apontam que a combinação de crédito mais caro, inflação e incertezas fiscais limita a confiança dos consumidores.

Na área da saúde, Trump voltou a responsabilizar os democratas por um possível aumento nos prêmios de seguro, com o fim de subsídios ligados à Lei de Cuidados Acessíveis, mas não apresentou uma proposta legislativa concreta para o tema.

O discurso reforça um cenário de polarização política, em que anúncios de impacto convivem com dúvidas sobre a sustentabilidade das promessas econômicas feitas pelo governo.

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