Banco Vermelho encerra ciclo de ações em instituições públicas de Campo Grande em 2025

Campanha de enfrentamento à violência contra a mulher percorreu órgãos estratégicos da Capital e terminou na Conab/MS

Por Karol Peralta

A campanha Banco Vermelho, voltada à conscientização e ao enfrentamento da violência contra a mulher, encerrou na quarta-feira (17) o ciclo de ações em instituições públicas de Campo Grande ao longo de 2025. A última atividade do ano foi realizada na Superintendência da Companhia Nacional de Abastecimento em Mato Grosso do Sul (Conab/MS), marcando o fim de um período de mobilização e reflexão social sobre a prevenção da violência de gênero.

Símbolo internacional percorreu órgãos públicos da Capital

Desenvolvida em parceria com a Conab/MS e com a Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Municipal, a iniciativa levou o Banco Vermelho a diferentes espaços estratégicos da Capital nos últimos três meses. A proposta foi ampliar o alcance da mensagem e fortalecer o debate sobre violência doméstica, feminicídio e direitos das mulheres.

Criado em 2016, na Itália, o movimento surgiu após duas mulheres perderem amigas vítimas de feminicídio. O banco pintado de vermelho simboliza o sangue derramado pelas mulheres assassinadas e o vazio deixado por aquelas que tiveram suas vidas interrompidas pela violência. A instalação do equipamento é acompanhada de mensagens educativas e informações sobre canais de denúncia, estimulando o engajamento da sociedade.

Reconhecimento legal e consolidação como política pública

No Brasil, o movimento é difundido pelo Instituto Banco Vermelho e passou a integrar oficialmente as ações de conscientização previstas na Lei Maria da Penha, após o reconhecimento pela Lei Federal nº 14.942/2024, com destaque para o Agosto Lilás.

Em Campo Grande, a iniciativa foi transformada em política pública permanente por meio do Projeto de Lei nº 12.069/2025, que deu origem à Lei Municipal nº 7.515/2025, garantindo a continuidade das ações no município.

Durante o ano, o Banco Vermelho esteve presente na Câmara Municipal, Ministério Público do Trabalho, Instituto Mirim, Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, Casa da Mulher Brasileira, Defensoria Pública, entre outros órgãos, encerrando o ciclo na Conab/MS.

Dados revelam cenário crítico da violência contra a mulher

Os números reforçam a urgência da mobilização. Em 2024, Campo Grande registrou 6.946 ocorrências de violência doméstica. Até setembro de 2025, já são 5.688 vítimas, uma média de 24 denúncias por dia. No mesmo período, foram contabilizados 381 casos de estupro, sendo 330 contra crianças e adolescentes. Em 2025, 40 mulheres foram vítimas de feminicídio.

Um estudo nacional que avaliou 319 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes atribuiu a Campo Grande nota 37,7, considerada muito baixa, evidenciando dificuldades estruturais na garantia de segurança, dignidade e igualdade de gênero.

Mobilização institucional e responsabilidade coletiva

Durante o encerramento da campanha, representantes das instituições envolvidas destacaram a importância de ações permanentes de prevenção, informação e acolhimento. A avaliação é de que levar o Banco Vermelho para dentro de órgãos públicos contribui para ampliar a visibilidade do problema e reforçar a responsabilidade coletiva no enfrentamento à violência contra a mulher.

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