Ministério da Saúde encerra Sala de Situação após estabilização dos casos de intoxicação por metanol

Redução expressiva de novos casos e óbitos leva governo a retomar fluxo regular de vigilância epidemiológica

Por Karol Peralta

O Ministério da Saúde publicou nesta segunda-feira (8) a Portaria nº 9.169, que oficializa o fim da Sala de Situação para intoxicação por metanol, instaurada em 1º de outubro, após o surgimento dos primeiros casos no país. A medida foi divulgada no Diário Oficial da União e marca o retorno da vigilância para o fluxo rotineiro do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

O último caso confirmado ocorreu em 26 de novembro de 2025, referente a um paciente que apresentou sintomas três dias antes. Com a queda expressiva de novos registros e a redução de óbitos, o ministério considera que o país atingiu estabilidade epidemiológica, permitindo o encerramento do monitoramento emergencial.

Segundo a pasta, as ações implementadas garantiram que todos os estados tivessem estoque de antídotos, além de maior capacidade diagnóstica.
Durante o período, foram distribuídas 1.500 ampolas de fomepizol, 4.806 unidades de etanol e mantido um estoque estratégico de 2,6 mil ampolas de antídoto, priorizando regiões com maior circulação de bebidas adulteradas.

Atuação integrada e resposta emergencial

A Sala de Situação reuniu equipes técnicas do Ministério da Saúde e representantes de diversas instituições, incluindo Anvisa, Fiocruz, Ebserh, Conass, Conasems, CNS, Opas, além dos ministérios da Agricultura e Pecuária (MAPA) e da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

O objetivo era monitorar dados de saúde, orientar o atendimento médico, reforçar a distribuição de insumos e apoiar ações de combate à comercialização de bebidas fraudadas.

O ministro Alexandre Padilha afirmou que o país respondeu “de forma rápida, coordenada e eficaz”, reforçando que o monitoramento seguirá prioritário.
“Mesmo com o encerramento da Sala de Situação, seguimos atentos e preparados. O cuidado permanece e a vigilância segue sem interrupção”, destacou.

Ações repressivas e combate às bebidas adulteradas

O Governo Federal também atuou para reprimir a circulação de bebidas contaminadas. Entre elas:

  • Operação Alquimia (PF) – realizada em 16 de outubro, com alvos em cinco estados, investigando 24 empresas do setor sucroalcooleiro e distribuidores de metanol.
  • Operação Fronteira (Receita Federal) – em outubro, apreendeu 215 mil litros de bebidas alcoólicas em depósitos clandestinos no Ceará e no Paraná.
  • MAPA – entre setembro e novembro, realizou 137 ações de fiscalização, resultando na apreensão de 793 mil litros de bebidas irregulares, avaliadas em R$ 11,8 milhões, além do fechamento de 22 estabelecimentos.

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) também atuou desde o início, emitindo orientações a Procons e distribuidores. Já a Senad capacitou peritos e compartilhou protocolos para identificação do metanol.

Cenário epidemiológico atualizado

Entre 26 de setembro e 5 de dezembro de 2025, o Ministério da Saúde registrou 890 notificações relacionadas à intoxicação por metanol:

  • 73 casos confirmados
  • 29 suspeitos em análise
  • 788 descartados

O estado de São Paulo foi o principal epicentro, com 578 notificações e 50 casos confirmados. Também registraram confirmações:

  • Pernambuco (8)
  • Paraná (6)
  • Mato Grosso (6)
  • Bahia (2)
  • Rio Grande do Sul (1)

Óbitos

Foram confirmados 22 óbitos:

  • São Paulo: 10
  • Paraná: 3
  • Pernambuco: 5
  • Bahia: 1
  • Mato Grosso: 3

Outros nove óbitos permanecem em investigação.

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