CPNU 2: Mulheres são maioria entre aprovados para a segunda fase e avançam no serviço público federal

Ação afirmativa de equidade de gênero garante mais participação feminina no Concurso Público Nacional Unificado, que também amplia diversidade racial, regional e de acessibilidade.

Por Karol Peralta

O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU 2) confirmou a maioria feminina entre os aprovados para a segunda fase, reforçando o impacto das políticas de equidade de gênero e ampliando a diversidade no acesso às carreiras do serviço público federal.


O CPNU 2, em sua segunda edição, revelou um cenário de maior inclusão e representatividade. Das 42.499 pessoas aprovadas e convocadas para as provas discursivas deste domingo (7/12), 24.275 são mulheres, o equivalente a 57,12% do total. Já os 18.217 homens representam 42,86% dos convocados.

Segundo o Ministério da Gestão e da Inovação, os números refletem o avanço da ação afirmativa de equidade de gênero, implementada para garantir maior equilíbrio entre candidatas e candidatos nos cargos onde as mulheres apareciam em menor proporção.

Ação afirmativa e impacto direto

A política de equiparação numérica foi aplicada sempre que mulheres representavam menos de 50% dos classificados em determinado cargo, desde que elas atingissem o desempenho mínimo exigido. A regra não retira vagas de homens, apenas amplia o número de mulheres elegíveis à etapa seguinte.

Um dos exemplos mais expressivos ocorreu no cargo de Analista Técnico de Justiça e Defesa do Bloco 7. Inicialmente, eram 888 mulheres e 1.490 homens classificados. Com a ação afirmativa, 731 novas candidatas foram incluídas, equilibrando a disputa para a etapa discursiva.

A medida corrige uma distorção constatada no CPNU 1, quando, mesmo sendo maioria nas inscrições (56%), as mulheres representaram apenas 37% das aprovações finais.

Participação feminina por regiões

O protagonismo das mulheres se repete em diferentes regiões do país:

  • Sudeste: 8.340 classificadas
  • Nordeste: 6.784 classificadas
  • Centro-Oeste: 6.115 classificadas
  • Norte: 1.674 classificadas
  • Sul: 1.362 classificadas

Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal lideram em participação feminina.

Blocos temáticos com mais mulheres

A presença feminina está distribuída por todos os blocos temáticos, com destaque para:

  • Bloco 5 – Administração: 6.070
  • Bloco 1 – Seguridade Social: 5.316
  • Bloco 9 – Agências Reguladoras: 3.120
  • Bloco 4 – Engenharia e Arquitetura: 2.193
  • Bloco 6 – Desenvolvimento Socioeconômico: 2.067

Diversidade ampliada e novas cotas

Além da questão de gênero, o CPNU 2 é o primeiro concurso federal a aplicar totalmente a nova Lei de Cotas (Lei nº 15.142/2025), destinando 35% das vagas a ações afirmativas:

  • 25% para pessoas negras
  • 5% para pessoas com deficiência
  • 3% para pessoas indígenas
  • 2% para pessoas quilombolas

Entre os convocados para a segunda fase, estão:

  • 14.651 pessoas negras
  • 4.194 pessoas com deficiência
  • 636 indígenas
  • 616 quilombolas

Acessibilidade garantida

O edital prevê adaptações e tecnologias assistivas para pessoas com necessidades específicas, como provas em braile, videoprova em Libras, mesas adaptadas e atendimento para gestantes, lactantes e candidatos com dispositivos metálicos ou condições clínicas específicas.

Democratização territorial

O CPNU 2 também ampliou o acesso ao permitir que candidatos realizem as provas em um raio de até 100 km da residência, com aplicação garantida em 228 municípios do país.

Com aprovados em todos os estados e no Distrito Federal, o concurso se consolida como um retrato fiel da diversidade brasileira.

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