Filme destaca sete personagens reais que preservam tradições da culinária do Pantanal e marca a estreia do chef sul-mato-grossense como cineasta

Por Karol Peralta
Reconhecido internacionalmente por seu trabalho em defesa da gastronomia pantaneira, o chef sul-mato-grossense Paulo Machado estreia no audiovisual com o documentário Mulheres da Fronteira, obra que homenageia sete mulheres que ajudaram a construir a identidade culinária do Pantanal. O filme será lançado em dezembro, em Campo Grande, e também no YouTube.
O chef Paulo Machado, referência nacional e internacional na cozinha pantaneira, amplia seu legado ao lançar o documentário Mulheres da Fronteira, produção que destaca sete personagens reais que moldaram a identidade gastronômica da região. O filme marca a entrada do chef no universo do audiovisual, um sonho que ele carrega desde a infância.
A relação com a sétima arte antecede a culinária na vida de Paulo. Em Campo Grande, ainda criança, ele gravava cenas com uma câmera VHS. “Sempre amei o cinema. Inventava histórias, criava pequenos filmes. Já ali existia um desejo de olhar o mundo pela imagem”, relembra.

Mesmo quando se mudou para São Paulo para cursar Direito, o cinema continuou presente. Ele frequentou sessões da Mostra Internacional de Cinema e chegou a trabalhar no evento por quatro anos. “Foi um período incrível, que marcou ainda mais minha paixão pela sétima arte”, afirma.
A gastronomia, que começou como oportunidade, tornou-se profissão, pesquisa e identidade. Paulo se consolidou como um dos principais defensores da cozinha pantaneira, levando sua culinária para o Brasil e o mundo. Mas a câmera continuou ao seu lado, inclusive durante seus Food Safaris em Barcelona, quando voltou a estudar linguagem cinematográfica.
O resultado desse reencontro é Mulheres da Fronteira, realizado em parceria com Bruno Loiácono, responsável pela direção técnica. O filme ilumina mulheres que mantêm viva a essência da culinária regional, valorizando saberes tradicionais, memórias afetivas e identidades coletivas.
Bruno descreve a obra como um filme “construído com o cuidado de quem cozinha devagar, ajustando o fogo e esperando o instante certo de servir”. Para Paulo, é a união de suas duas paixões: “Defender a cozinha pantaneira e trabalhar com cinema ao mesmo tempo é uma grande realização. Um sonho que finalmente se torna realidade”.

Lançamento em dezembro terá exibições no MIS e no Cinemark
O documentário será lançado oficialmente no dia 8 de dezembro, às 16h30, no Museu da Imagem e do Som (MIS), em Campo Grande, em sessão exclusiva para convidados e imprensa. No dia 10 de dezembro, o filme será exibido no Cinemark do Shopping Campo Grande, às 19h, para 150 convidados, com lançamento simultâneo no YouTube.
Entre os convidados estarão toda a equipe técnica e as sete protagonistas da obra, que representam diferentes vertentes da gastronomia pantaneira:
- Dona Domingas Torales – cozinheira de tradição
- Maria Adelaide de Paula Noronha – fundadora do Buffet Yotedy
- Cristina da Rocha – pioneira do turismo gastronômico em Miranda
- Lidia Aguilar Leite – turismóloga, chef e proprietária do Recanto Vale do Sol Turismo Rural
- Taina Elias Lopes – chef do restaurante Comitiva do Helinho
- Kalymaracaya – primeira chef indígena do Brasil, da etnia Terena
- Jadi Tamasiro – proprietária do tradicional Jadi Sobá da Feira Central
Cada uma delas preserva e transforma a culinária pantaneira com ancestralidade, criatividade, resistência e afeto, elementos que se entrelaçam na narrativa do documentário.





