Expectativa de vida do brasileiro sobe para 76,6 anos em 2024, aponta IBGE

Dados das Tábuas de Mortalidade mostram recuperação após a pandemia, avanço na longevidade e queda histórica da mortalidade infantil no país.

Por Karol Peralta

A expectativa de vida da população brasileira alcançou 76,6 anos em 2024, crescimento de 2,5 meses em relação ao ano anterior, segundo as Tábuas de Mortalidade divulgadas pelo IBGE. O avanço confirma a tendência de recuperação do indicador após o impacto da pandemia e reforça a longevidade crescente no país.

Os dados mostram que a longevidade masculina passou de 73,1 para 73,3 anos, também com incremento médio de 2,5 meses. Já as mulheres seguem vivendo mais: a expectativa feminina subiu de 79,7 para 79,9 anos, mantendo a diferença histórica entre os gêneros. Para especialistas, esses números reforçam a persistência das desigualdades de saúde e de mortalidade por causas externas entre homens e mulheres.

Ao longo de nove décadas, o Brasil registrou um salto expressivo na expectativa de vida, com aumento superior a 9 anos. Se em 1940 uma pessoa que chegasse aos 60 anos viveria, em média, mais 13,2 anos, hoje esse indivíduo vive 22,6 anos adicionais, resultado associado ao avanço das condições de vida, ao acesso à saúde e à redução das doenças infecciosas.

A pandemia de Covid-19 impôs um retrocesso histórico. Em 2021, a expectativa caiu para 72,8 anos devido ao forte impacto das mortes provocadas pela doença. Desde 2022, porém, o indicador vem se recuperando gradualmente e aproximando o país da tendência de crescimento observada antes da crise sanitária.

Outro destaque da pesquisa é a queda significativa da mortalidade infantil. Em 2024, foram registrados 12,3 óbitos para cada mil nascidos vivos, contraste marcante com 1940, quando o índice era de 146,6 por mil. Segundo o IBGE, a melhora está associada a políticas públicas como vacinação, ampliação do pré-natal, incentivo ao aleitamento materno, programas de nutrição infantil e aumento do acesso a saneamento básico. Fatores socioeconômicos, como aumento da renda e maior escolaridade, também contribuíram para a evolução.

Os dados revelam ainda a persistência da sobremortalidade masculina, especialmente entre jovens de 15 a 29 anos. Em 2024, um homem de 20 anos tinha 4,1 vezes mais chances de não chegar aos 25 do que uma mulher da mesma idade. A diferença está relacionada à maior incidência de mortes por causas externas, como violência e acidentes de trânsito, que afetam majoritariamente a população masculina.

As Tábuas de Mortalidade 2024 compõem a projeção populacional do Brasil para o período de 2000 a 2070 e são utilizadas pelo Governo Federal para cálculo do fator previdenciário, que integra a definição dos valores das aposentadorias no Regime Geral de Previdência Social. Os dados também servem como base para políticas públicas voltadas à saúde, assistência social e planejamento demográfico.

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