Operação Slim identificou produção irregular do princípio ativo usado em medicamentos para diabetes e perda de peso, colocando consumidores em risco sanitário

Por Karol Peralta
A Polícia Federal desencadeou, nesta quinta-feira (27), a Operação Slim para desarticular uma quadrilha responsável pela produção, fracionamento e venda clandestina de tirzepatida, princípio ativo presente em medicamentos indicados para diabetes e emagrecimento, fabricado sem qualquer controle sanitário e distribuído ilegalmente em vários estados do país.
Quadrilha fabricava tirzepatida em condições inadequadas
Segundo a PF, o grupo mantinha uma estrutura de produção totalmente irregular, com envase, rotulagem e distribuição feitos sem controle de qualidade, esterilidade ou rastreabilidade, aumentando o risco à saúde de quem consumia o produto. O princípio ativo, conhecido comercialmente como Mounjaro, era fabricado em condições incompatíveis com os padrões exigidos pela legislação sanitária.
Ainda conforme a investigação, foi identificada uma espécie de “produção em série”, em escala industrial, prática proibida no modelo de manipulação magistral, que só permite preparações personalizadas de acordo com prescrição individual.
Mandados cumpridos em quatro estados
A Operação Slim cumpriu 24 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. As ações ocorreram em clínicas, laboratórios, estabelecimentos comerciais e residências ligadas aos investigados.
Durante o cumprimento das ordens judiciais, agentes encontraram joias, carros de luxo e até um jatinho, evidenciando o alto lucro obtido pelo esquema criminoso.
Venda pela internet e marketing digital impulsionavam o comércio clandestino
As investigações também apontaram que a quadrilha utilizava a internet para comercializar a tirzepatida clandestina, com estratégias de marketing digital voltadas ao aumento das vendas. A propaganda irregular ampliava o alcance dos produtos e atraía consumidores em busca de substâncias para emagrecimento rápido.
Ação conjunta com Anvisa e vigilâncias sanitárias estaduais
A operação contou com o apoio da Anvisa e das Vigilâncias Sanitárias da Bahia, Pernambuco e São Paulo. Segundo a PF, o objetivo das medidas é interromper a atividade ilícita, identificar todos os envolvidos na cadeia de produção e recolher documentos, equipamentos e insumos para análise laboratorial.





