Testosterona em queda: Especialistas alertam para sinais silenciosos e riscos à saúde masculina

Pesquisa mostra baixa procura masculina por atendimento médico, enquanto sintomas de deficiência de testosterona seguem sendo confundidos com estresse e envelhecimento.

Por Karol Peralta

A dificuldade dos homens em identificar sinais de testosterona baixa e a baixa procura por atendimento médico têm atrasado diagnósticos importantes, segundo especialistas e dados recentes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.

Quando o assunto é testosterona, muitos ainda associam o hormônio exclusivamente ao ganho de massa muscular ou à força física. No entanto, sua função vai muito além: ela influencia diretamente a energia, o humor, a saúde sexual e uma série de processos que mantêm o organismo em equilíbrio. Apesar disso, grande parte dos homens não sabe reconhecer quando os níveis começam a cair e menos ainda quando é realmente indicada a Terapia de Reposição.

Os sinais iniciais costumam ser sutis, facilmente confundidos com estresse, noites mal dormidas ou desgaste natural da idade. Cansaço persistente, irritabilidade, redução da libido e perda de disposição são alguns dos sintomas mais frequentes, mas nem sempre considerados motivos para procurar ajuda especializada.

Uma pesquisa do Instituto Qualibest, encomendada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e divulgada em 2024, revela um cenário alarmante: apenas 34% dos homens procuram um urologista ao perceber alterações no corpo. Entre as mulheres, o índice é de 53%. A disparidade reforça a resistência masculina em buscar atendimento, o que pode atrasar diagnósticos como a deficiência de testosterona.

Para o urologista e especialista em saúde do homem, Dr. Henrique Coelho, essa postura tem consequências diretas. “Muitos homens atribuem cansaço, irritação ou queda de libido ao estresse ou à idade. Mas esses sintomas podem ser alertas do corpo. A testosterona baixa costuma agir em silêncio e merece atenção”, explica.

A deficiência prolongada do hormônio, segundo o especialista, pode impactar várias áreas da saúde. Entre os riscos estão perda de massa muscular, osteopenia, disfunção erétil, quadros depressivos e prejuízos na memória e na concentração. “Quando falamos dos riscos a longo prazo, a falta desse hormônio pode piorar o colesterol, aumentar o risco cardiovascular, causar anemia e, claro, reduzir a qualidade de vida”, afirma.

Entre os poucos que buscam acompanhamento regular está o personal trainer e fisiculturista João Spinosa, de 30 anos. Ele monitora seus níveis hormonais por meio de exames de rotina. “Para mim, a testosterona é essencial por diversos motivos. Ela contribui para o ganho de massa muscular e também mantém a libido em dia. Como trabalho com a imagem do meu corpo, sei da sua importância e tenho consciência de que o monitoramento é indispensável”, afirma.


Como tratar a queda de testosterona?

A Terapia de Reposição de Testosterona (TRT) só é indicada após confirmação laboratorial da deficiência, normalmente sob acompanhamento de um urologista. Hoje, as principais formas de reposição são:

  • Injeções intramusculares
  • Gel transdérmico
  • Implantes subcutâneos (pellets)
  • Adesivos cutâneos

Cada método possui características específicas e deve ser escolhido conforme avaliação individual. “Reposição hormonal é tratamento, não atalho”, reforça o Dr. Henrique Coelho. “Ela deve ser feita no momento certo, para o paciente certo e sempre com orientação médica — nunca com a intenção de ganhar massa muscular.”

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