Operação Successione prende Roberto Razuk e reforça combate ao crime organizado em Mato Grosso do Sul

A 4ª fase da Operação Successione mira o antigo poder paralelo do Estado, com a prisão de Roberto Razuk e de seus filhos, após histórico de investigação sobre jogo do bicho, milícias e crimes violentos.

Por Karol Peralta

A 4ª fase da Operação Successione resultou na prisão do ex-deputado estadual Roberto Razuk, de 84 anos, e de seus filhos, Jorge e Rafael Razuk, em uma ofensiva que cumpriu 20 mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul e outros estados. A ação reforça a investigação sobre crime organizado, jogo do bicho e milícias que atuam no Estado.

Histórico do poder paralelo

Fahd Jamil Georges, Jamil Name e Roberto Razuk são nomes históricos ligados ao crime organizado no Estado. Considerados intocáveis por décadas, eles se tornaram alvo de operações policiais que expuseram a fragilidade de suas estruturas.

A Operação Omertà, iniciada em setembro de 2019, já derrubou Jamil Name e Fahd Jamil. Name, líder de milícia armada, foi preso na primeira fase e morreu de COVID-19 em Natal, enquanto seu filho permanece detido. Fahd Jamil, conhecido como o “Rei da Fronteira”, comandava contrabando, tráfico de drogas e armas desde a década de 1990. Após ficar foragido por 10 meses, se entregou em abril de 2021 e cumpriu prisão domiciliar antes de ter medidas cautelares diversas aplicadas.

Fahd Jamil Georges também é acusado de duplo homicídio qualificado em 2016, como retaliação pelo desaparecimento de seu filho, Daniel Alvarez Georges, sumido desde 2011.

Disputa entre famílias

As famílias Razuk e Name tiveram recentemente conflitos públicos, especialmente durante a disputa pela licitação da plataforma eletrônica da Lotesul. Jamil Name Filho apresentou recursos administrativos para contestar o pregão, enquanto Roberto Razuk quitou custas do processo, demonstrando interesse no certame.

Histórico de Roberto Razuk

Roberto Razuk, ex-deputado estadual entre 1987 e 1995, já havia sido preso na Operação Xeque-Mate em 2007 e condenado em 2003 por crimes como falsificação de documento público, uso de documento falso e crimes contra o sistema financeiro nacional, incluindo desvio de empréstimo do Banco do Brasil. Ele é pai do deputado estadual Roberto Razuk Filho (Neno Razuk).

Na ação atual, a ofensiva policial cumpriu mandados em cinco municípios de Mato Grosso do Sul (Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã) e atingiu alvos no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul. As investigações identificaram organização criminosa armada, envolvida em jogo ilegal, corrupção e roubos, em meio à disputa pelo monopólio do jogo do bicho em Campo Grande.

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