Com queda de 18% no volume financeiro esperado, a Black Friday 2025 em Mato Grosso do Sul mostra consumidores mais cautelosos, que priorizam compras on-line e buscam descontos reais antes de decidir.

Por Karol Peralta
A Black Friday 2025 deve movimentar R$ 354 milhões no comércio de Mato Grosso do Sul, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio/MS (IPF/MS) em parceria com o Sebrae/MS. O valor representa queda de 18% em comparação ao ano passado e indica um consumidor mais cauteloso diante do atual cenário econômico.
A economista do IPF/MS, Ludmila Velozo, explica que, mesmo com a redução no volume total, a data segue como oportunidade estratégica para o varejo. Segundo ela, o comportamento do consumidor mudou, e o foco agora está em compras mais racionais, baseadas na comparação de preços e em descontos realmente vantajosos.
Entre os entrevistados, 52% afirmam que pretendem comprar na Black Friday, enquanto 48% não devem participar. O interesse pela data se mantém, mas com escolhas mais seletivas. A preferência é clara: 78% dos consumidores vão comprar on-line, o que reforça o avanço do e-commerce. Apenas 23% afirmam que devem fazer compras em lojas físicas.
Para quem escolhe o presencial, o centro aparece como destino mais procurado (43%), seguido pelos shoppings (27%), galerias (13%) e bairros (12%). O gasto médio previsto é de R$ 454,73, com maior concentração entre R$ 300 e R$ 400.

O perfil dos entrevistados mostra predominância de trabalhadores com carteira assinada (51%), seguidos por empresários (16%), autônomos (14%) e servidores públicos (12%). Esse recorte ajuda a explicar a divisão equilibrada entre intenção e recusa de compra.
Em relação ao que os consumidores pretendem adquirir, os itens mais buscados são produtos para o trabalho (21%), seguidos por notebooks e computadores (20%) e móveis, eletrodomésticos e eletrônicos (19%). Tablets e celulares aparecem com 14%, enquanto 10% ainda não decidiram o que vão comprar.
Entre os consumidores que não pretendem participar da data, a desconfiança sobre os descontos é o principal motivo, apontado por 53% dos entrevistados. A incerteza econômica pesa para outros 20%, e 18% afirmam estar sem recursos no momento.
A pesquisa realizada entre 3 e 8 de novembro ouviu 1.982 pessoas em sete municípios: Bonito, Campo Grande, Coxim, Corumbá/Ladário, Dourados, Ponta Porã e Três Lagoas. A margem de erro varia entre 5% e 6%, com intervalo de confiança de 95%.
Mesmo diante da retração, o estudo aponta certo otimismo no médio prazo: 70% dos entrevistados acreditam que 2026 será melhor que 2025, indicando que a confiança tende a melhorar e pode refletir nas próximas datas do varejo.





