China zera importações de soja dos EUA em outubro e amplia compra do Brasil

Queda nas compras norte-americanas ocorre em meio a tarifas e tensões comerciais, enquanto Brasil ganha espaço e lidera embarques para o gigante asiático

Por Karol Peralta

A China não importou soja dos Estados Unidos pelo segundo mês consecutivo em outubro, segundo dados da Administração Geral de Alfândega, mesmo com as importações totais alcançando um recorde histórico impulsionado pelos países da América do Sul. O cenário reforça o deslocamento dos compradores chineses para fornecedores alternativos devido às tensões comerciais com Washington.


China zera compras dos EUA e amplia dependência sul-americana

Dados divulgados nesta quinta-feira mostram que as importações chinesas de soja dos EUA caíram a zero em outubro, ante 541,4 mil toneladas registradas no mesmo mês do ano anterior. O declínio está diretamente ligado às altas tarifas impostas à oleaginosa norte-americana no início do ano e ao uso dos estoques antigos, o que reduziu a necessidade imediata de novos embarques.

A China, maior importadora mundial da commodity, segue redirecionando suas aquisições para países da América do Sul, em especial o Brasil, que assumiu protagonismo nas vendas para o país asiático.


Importações brasileiras crescem quase 30% no mês

Em contrapartida, as importações provenientes do Brasil registraram forte expansão. No mês passado, a China comprou 7,12 milhões de toneladas, alta de 28,8% em relação ao mesmo período de 2023. Os embarques brasileiros representaram 75,1% do total adquirido pelo país.

A Argentina também avançou no mercado chinês, com aumento de 15,4%, alcançando 1,57 milhão de toneladas, o equivalente a cerca de um sexto das importações totais.


China alcança recorde mensal e mantém tendência de alta no ano

No total, as importações chinesas de soja atingiram 9,48 milhões de toneladas em outubro, o maior volume já registrado para o mês. Entre janeiro e outubro, o país comprou 70,81 milhões de toneladas do Brasil, crescimento de 4,5%. Já as importações da Argentina chegaram a 4,46 milhões de toneladas, alta de 23,9% no acumulado anual.

A movimentação reforça a consolidação da América do Sul como principal fornecedora de soja para o mercado chinês, ao mesmo tempo em que evidencia o impacto prolongado das tensões comerciais entre China e Estados Unidos.

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