Pesquisa aponta compras mais planejadas, predominância do e-commerce e aumento da cautela entre consumidores sul-mato-grossenses

Por Karol Peralta
A Black Friday 2025 deve gerar R$ 354 milhões em Mato Grosso do Sul, uma queda de 18% em comparação ao ano anterior, segundo levantamento do IPF/MS e Sebrae. Apesar do recuo, a data segue relevante, impulsionada pelo crescimento das compras on-line e pelo comportamento mais racional dos consumidores.
Black Friday 2025 em MS tem recuo, mas segue estratégica para o varejo
A previsão de movimentação de R$ 354 milhões no comércio sul-mato-grossense durante a Black Friday 2025 revela um cenário de maior cautela entre os consumidores. O estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS (IPF/MS), em parceria com o Sebrae MS, indica que o volume financeiro será 18% menor que o registrado em 2024, reflexo direto do momento econômico.
Para a economista do IPF/MS, Ludmila Velozo, o comportamento mais racional não reduz a importância da data para os estabelecimentos.
“A Black Friday continua sendo um período estratégico para o varejo, impulsionado pelo aumento do tráfego digital e pelo planejamento de compra. Em 2025, o consumidor está mais atento, compara preços e prioriza itens essenciais. Isso justifica a queda no volume total, mas também a manutenção do interesse pela data”, explica.
Intenção de compra: Maioria pretende consumir e prefere o digital
Entre os consumidores entrevistados, 52% pretendem comprar, enquanto 48% não devem participar da data. O destaque é o fortalecimento do comércio eletrônico: 78% dos que vão consumir comprarão on-line, contra 23% que irão às lojas físicas.
No varejo presencial, os destinos mais citados foram:
- 43%: região central
- 27%: shoppings
- 13%: galerias
- 12%: bairros
O gasto médio previsto é de R$ 454,73, sendo que:
- 21% gastarão entre R$ 300 e R$ 400
- 20% gastarão entre R$ 200 e R$ 300
O perfil dos consumidores é composto majoritariamente por trabalhadores com carteira assinada (51%), seguidos por empresários (16%), autônomos (14%) e funcionários públicos (12%).
O que os consumidores querem comprar?
O levantamento traz um recorte das principais intenções de compra:
- 21%: produtos para o trabalho
- 20%: notebooks e computadores
- 19%: móveis, eletrodomésticos e eletrônicos
- 14%: tablets e celulares
- 10%: indecisos
A busca por produtos de uso profissional e tecnologia reforça a tendência de compras mais racionais e voltadas à funcionalidade.
Por que parte dos consumidores não vai comprar
Entre os entrevistados que não pretendem consumir nesta Black Friday, os principais motivos são:
- 53%: desconfiança sobre a veracidade dos descontos
- 20%: incerteza econômica
- 10%: receio de gastar no momento
- 18%: falta de dinheiro
O dado reforça que a percepção de segurança e confiança ainda é um desafio para o varejo durante o período promocional.
Pesquisa em sete cidades e margem de erro de até 6%
O levantamento ouviu 1.982 pessoas, entre 3 e 8 de novembro, nos municípios de Bonito, Campo Grande, Coxim, Corumbá/Ladário, Dourados, Ponta Porã e Três Lagoas.
A margem de erro varia de 5% a 6%, com intervalo de confiança de 95%.





