Moinho Cultural intensifica ações antirracistas com livro autoral e debates no Mês da Consciência Negra

Instituto mobiliza crianças e adolescentes em atividades de identidade, educação antirracista e valorização da cultura afro-brasileira

Por Karol Peralta

O Instituto Moinho Cultural Sul-Americano desenvolve ao longo de novembro uma série de ações voltadas ao Mês da Consciência Negra, com iniciativas que incluem criação de um livro autoral, debates sobre educação antirracista, atividades culturais e rodas de conversa que reforçam o protagonismo negro entre crianças e adolescentes atendidos pela instituição.


Moinho Cultural promove atividades de identidade e enfrentamento ao racismo

Com foco no fortalecimento da identidade cultural, o Moinho Cultural estruturou uma programação que integra elementos da cultura afro-brasileira e indígena ao cotidiano pedagógico. Uma das principais ações é a produção de um livro autoral criado pelas próprias crianças e adolescentes. Os participantes desenvolvem personagens negros, cenários, colagens e elementos gráficos inspirados em grafismos africanos e indígenas, reforçando referências estéticas historicamente invisibilizadas.

Depois de desenhar personagens e ambientes, os jovens narram oralmente a história construída coletivamente, um processo que valoriza a tradição da narrativa oral, estimula criatividade e fortalece o reconhecimento das próprias identidades.

Outro eixo da programação é o estudo da cartilha “Educação Antirracista: História, conceitos e reflexões para enfrentar o racismo na escola”, produzida de forma colaborativa pelo NEISF e pelo OBISFRON. O material serve como instrumento de formação e reflexão sobre racismo estrutural, igualdade racial e práticas pedagógicas que contribuam para ambientes escolares mais inclusivos.

As ações também incluem leitura de obras de escritores negros, exibição de filmes e séries temáticas, além de rodas de conversa que promovem discussões sobre a formação da sociedade brasileira e estratégias de superação do racismo.


Educação antirracista diária e a importância da oralidade

A professora Karina Caetano, do Núcleo de Cultura e Letramento, reforça que o mês de novembro intensifica atividades, mas não resume a agenda antirracista da instituição.

“A consciência negra não é tema de um mês é prática permanente no nosso espaço educativo”, afirma. “A narrativa oral ganha papel fundamental, pois resgata memórias muitas vezes invisibilizadas e fortalece laços afetivos.”

Para ela, a cartilha antirracista funciona como ferramenta estruturante, permitindo identificar preconceitos, promover debates e incentivar atitudes de solidariedade.

O Moinho Cultural também exibiu o vídeo educativo “Vista a Minha Pele”, que provoca reflexão sobre empatia e identidade racial, além da série “O Mundo de Karma”, que discute pertencimento e discriminação de maneira leve e profunda.


Debates e mesa temática encerram as atividades

No encerramento do mês, durante o Seminário do Pontão de Cultura Moinho Cultural “Unindo os Pontos”, haverá uma mesa com especialistas para debater o antirracismo contemporâneo, com participação da professora Karina Caetano.

A diretora executiva do Moinho Cultural, Mônica Macedo, destaca o impacto das ações:

“Trabalhar consciência negra é muito mais do que uma data no calendário. É garantir que nossas crianças se reconheçam como parte fundamental da nossa história.”


Sobre o Instituto

Fundado há 21 anos, o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano atua na região de fronteira com projetos voltados a cultura, tecnologia, empreendedorismo e cidadania, atendendo mais de 25 mil crianças e adolescentes desde sua criação.

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