Brasil lança certificação Carne Baixo Carbono e amplia pressão por sustentabilidade na pecuária

Protocolo estabelece critérios técnicos para reduzir emissões na produção de carne e promete reposicionar o país na agenda global de agricultura sustentável

Por Karol Peralta

Lançada durante a COP 30, a certificação Carne Baixo Carbono (CBC) propõe um novo padrão para pecuaristas que adotam práticas sustentáveis capazes de reduzir emissões de gases de efeito estufa, aumentando a produtividade sem ampliar a pressão sobre áreas nativas.

O Protocolo Carne Baixo Carbono (CBC) foi desenvolvido para valorizar produtores que combinam eficiência produtiva e conservação ambiental. A certificação, anunciada no dia 16 de novembro, é baseada em critérios que permitem monitorar práticas como integração lavoura-pecuária (ILP), recuperação de pastagens, manejo eficiente do solo e da água e sistemas de intensificação sustentável — estratégias que elevam a captura de carbono no solo e reduzem o impacto climático da atividade pecuária.

Segundo seus idealizadores, o protocolo cria um modelo auditável que garante ao consumidor que aquela carne foi produzida com rigorosos critérios ambientais, consolidando uma referência para a cadeia bovina brasileira em um momento de crescente pressão internacional por descarbonização.

Produtores ganham eficiência e novos mercados

De acordo com especialistas, os benefícios da certificação vão além do reconhecimento ambiental. Técnicas de baixo carbono tornam os pastos mais produtivos, aumentam a resiliência das fazendas e ampliam o acesso a mercados mais exigentes, interessados em cadeias livres de desmatamento e com métricas claras de desempenho ambiental. A certificação também contribui para metas previstas no Plano ABC+, política nacional voltada à mitigação climática no setor agropecuário.

Brasil mira liderança global

Pesquisadores destacam que o CBC ajuda o Brasil a se posicionar como referência internacional em agricultura sustentável, especialmente pela combinação entre ciência aplicada e práticas produtivas. A parceria entre Embrapa, MBRF e ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira fortalece a integração entre pesquisa, mercado e monitoramento ambiental.

O selo será usado por empresas do setor, como a MBRF, que opera programas de monitoramento e inclusão produtiva voltados à pecuária de baixo carbono. A expectativa é que a expansão do protocolo estimule mais produtores a aderir ao sistema, contribuindo para as metas nacionais de descarbonização no contexto do Acordo de Paris.

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