Mesmo com leve redução em relação a 2022, levantamento mostra que mulheres recebem, em média, 86,4% do salário dos homens

Por Karol Peralta
Mesmo com avanços recentes, a desigualdade salarial entre homens e mulheres ainda é expressiva no Brasil. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (13), revelam que os homens receberam, em média, 15,8% a mais que as mulheres em 2023.
Em 2023, os homens receberam um salário médio de R$ 3.993,26, enquanto as mulheres receberam R$ 3.449,00. A diferença de R$ 544,26 por mês mostra que o rendimento delas correspondeu a 86,4% do salário masculino, segundo dados das Estatísticas do Cadastro Central de Empresas, divulgadas pelo IBGE.
Apesar da disparidade, houve leve melhora em comparação a 2022, quando a diferença salarial era de 17%. O levantamento aponta ainda que o Brasil contava com 10 milhões de empresas e organizações formais ativas no ano passado crescimento de 6,3% em relação a 2022 e 66 milhões de pessoas ocupadas, alta de 5,1%.
Desse total, 52,6 milhões eram assalariados (79,8%), e 13,3 milhões estavam na condição de sócios e proprietários. O salário médio geral foi de R$ 3.745,45, registrando aumento de 2% em relação ao ano anterior.
O IBGE ressalta que o estudo não compara salários de homens e mulheres em funções idênticas, mas o total de rendimentos pagos por empresas e organizações. Mesmo assim, a diferença permanece evidente: os homens representavam 54,5% dos assalariados e recebiam 58,1% da massa salarial, enquanto as mulheres, 45,5% dos assalariados, concentravam 41,9% da renda total.

Setores e presença feminina
Entre os homens, 19,4% trabalham na indústria de transformação, seguidos pelos setores de comércio (18,8%) e administração pública (13%). Já entre as mulheres, 19,9% atuam na administração pública, 18,2% no comércio e 11,1% na saúde humana e serviços sociais.
As áreas com maior predominância masculina são construção (87,4%), indústrias extrativas (83,1%) e transporte, armazenagem e correio (81,3%). Já entre as mulheres, três em cada quatro trabalhadoras (75%) estão no setor de saúde humana e serviços sociais, seguidas por educação (67,7%) e atividades financeiras e de seguros (57,5%).

Escolaridade e salários
O levantamento mostra que 76,4% dos assalariados não têm ensino superior. Entre quem possui diploma universitário, o salário médio mensal é de R$ 7.489,16, quase três vezes maior do que o rendimento de trabalhadores sem formação superior, que é de R$ 2.587,52.
As áreas com mais profissionais graduados são educação (65,5%), atividades financeiras (59,9%) e organismos internacionais (57,4%). Em contrapartida, na agropecuária (93,8%) e no setor de alojamento e alimentação (96,1%), a maioria dos empregados não possui ensino superior.





