Medida beneficia agricultores e cooperativas diante da queda no preço do trigo, garantindo o escoamento de até 250 mil toneladas da safra 2024/25
Por Karol Peralta
O Governo Federal anunciou a liberação de R$ 67 milhões para apoiar o escoamento e a comercialização de até 250 mil toneladas de trigo da safra 2024/25. A medida, anunciada nesta sexta-feira (7) pelo presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, em Porto Alegre (RS), beneficia produtores e cooperativas do Rio Grande do Sul e do Paraná, principais estados produtores do cereal no país.
O objetivo é conter os impactos da queda nos preços do trigo e garantir renda aos agricultores por meio da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). De acordo com a Conab, os valores de mercado estão bem abaixo do preço mínimo estabelecido, o que motivou a intervenção.
“Diante do cenário de queda nos preços de mercado, decidimos garantir o escoamento de até 148 mil toneladas do Rio Grande do Sul e 102 mil do Paraná. Assim, reafirmamos nosso compromisso com a sustentabilidade da produção nacional e com a renda do produtor”, destacou Edegar Pretto.
A subvenção econômica será executada por meio de leilões públicos, com os mecanismos Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e Prêmio de Escoamento do Produto (PEP), que permitem compensar financeiramente quando o preço de mercado está abaixo do mínimo oficial.
No Rio Grande do Sul, a saca de 60 kg de trigo fechou o dia em R$ 58,11, bem abaixo do valor mínimo de R$ 78,51, com prêmio estimado de R$ 20,40 por saca. No Paraná, o preço de mercado foi de R$ 64,00, frente ao mínimo de R$ 78,51, gerando prêmio estimado em R$ 14,51.
Segundo a Conab, os leilões ocorrerão pelo Sistema de Comercialização Eletrônica (Siscoe) e exigem cadastro em uma das Bolsas de Mercadorias credenciadas, além da regularização junto aos sistemas da Conab e do Governo Federal, como o Sican, Sircoi, Sicaf e Cadin.
Safra e cenário da produção
A Conab projeta uma produção nacional de 7,7 milhões de toneladas de trigo em 2025, uma redução de 2,4% em relação à safra anterior. O recuo é reflexo da diminuição de 19,9% na área cultivada, especialmente no Sul do país.
O Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, semeou 1,16 milhão de hectares e já colheu cerca de 40% da área. No Paraná, a área plantada é de 824 mil hectares, redução de 28,1% em relação ao ciclo anterior, mas com alta de 5,9% na produção, estimada em 2,5 milhões de toneladas.
Com a medida, o governo busca evitar prejuízos aos produtores, garantir o escoamento da safra e manter o abastecimento do mercado interno diante da instabilidade dos preços no mercado internacional.
