Durante coletiva em Belém, presidente afirmou que o governo investe em inteligência policial, integração de forças e infraestrutura de segurança para garantir a tranquilidade dos eventos da COP30 e fortalecer o enfrentamento ao crime organizado no país.

Por Karol Peralta
Durante coletiva de imprensa com jornalistas estrangeiros nesta terça-feira (4), em Belém (PA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo federal intensificou ações de segurança pública em todo o país, com foco na Amazônia e nas regiões fronteiriças, para garantir um ambiente seguro e pacífico durante a COP30, que será sediada na capital paraense.
O presidente destacou que a preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30) envolve investimentos em inteligência policial, integração de forças de segurança e ações conjuntas entre governos federal, estadual e municipal.
Entre as iniciativas, Lula citou a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), em Manaus, que funciona como ponto estratégico para o intercâmbio de informações entre as forças de segurança nacionais e internacionais. O centro atua na proteção de delegações estrangeiras e no combate a organizações criminosas transnacionais.
“O CCPI reúne policiais de todos os países da América do Sul que têm floresta amazônica, além da Interpol e das forças estaduais. É um passo importante no combate ao narcotráfico e ao crime organizado”, afirmou Lula.
O presidente reforçou ainda que o Governo do Brasil tem promovido operações coordenadas de segurança e ampliado investimentos em inteligência policial. Ele exemplificou com a descoberta de uma fábrica de rifles em São Paulo e Minas Gerais, desmantelada pela Polícia Federal, destacando a importância de recursos tecnológicos e humanos para desarticular redes criminosas.
“Precisamos fazer investimento na área de inteligência para combater o crime. Já conseguimos destruir muitas práticas criminosas neste país, mas é preciso dar os incentivos necessários às polícias”, disse.
Forças Armadas e GLO para garantir a segurança da COP30
Lula também confirmou que, a pedido do governador do Pará, Helder Barbalho, foi autorizado o uso das Forças Armadas em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), entre os dias 2 e 23 de novembro de 2025.
A medida prevê ações em Belém, Altamira e Tucuruí, com foco na proteção de infraestruturas críticas, como usinas, portos, aeroportos e vias de acesso. O objetivo é garantir a integridade e segurança das delegações e chefes de Estado que participarão da COP30 e da Cúpula de Líderes Mundiais, marcada para os dias 6 e 7 de novembro.
As Forças Armadas atuarão em conjunto com órgãos de segurança federais e estaduais, reforçando a presença militar e a coordenação de inteligência para garantir o êxito dos eventos internacionais sediados no Brasil.
PEC da Segurança e leis antifacção
Durante a coletiva, Lula ressaltou o envio da PEC da Segurança Pública ao Congresso Nacional. A proposta busca integrar as esferas federal, estadual e municipal de segurança, padronizar a coleta de dados e garantir financiamento estável para o setor.
O presidente afirmou que a PEC permitirá uma maior cooperação entre União e estados sem ferir a autonomia das polícias locais, fortalecendo o enfrentamento ao crime organizado.
“Queremos saber como a União pode participar do combate ao crime organizado sem interferir na autonomia dos estados. Essa PEC trará mais facilidade e integração”, explicou.
Além da PEC, o governo também apresentou o Projeto de Lei Antifacção Criminosa, que aumenta penas e cria um banco nacional de organizações criminosas, e sancionou legislação que amplia punições para conspiração e obstrução de operações policiais.
“Estamos trabalhando de forma forte para que a sociedade viva em paz. A nova lei aumenta a punição e protege os agentes públicos que atuam no combate às facções”, afirmou o presidente.
Integração e diálogo na América do Sul
Lula também comentou sobre as tensões na América do Sul e as relações com os Estados Unidos, defendendo a manutenção da paz na região. Ele sugeriu que a próxima reunião da Celac-UE, em Santa Marta (Colômbia), seja espaço para debater o envio de navios de guerra americanos à América Latina.
“A América Latina é uma zona de paz. Não precisamos de guerra aqui. O problema da Venezuela é político e deve ser resolvido pela política”, disse Lula, defendendo o diálogo entre os países da região.
O presidente relembrou a criação do Grupo de Amigos da Venezuela, proposto em 2003, como exemplo de cooperação diplomática para solucionar crises sem intervenção militar.
As declarações reforçam o comprometimento do governo federal com a segurança pública e a diplomacia regional. Ao fortalecer a cooperação internacional, investir em inteligência policial e promover a integração das forças de segurança, o Brasil busca garantir uma COP30 segura e consolidar sua imagem de país comprometido com a paz e o combate ao crime organizado.





