Mato Grosso do Sul consolida liderança nacional na produção de etanol de milho e fortalece o agro sustentável

Com 4,3 bilhões de litros produzidos e projeção de crescimento para 2026, o estado se torna referência em bioenergia, reduz custos para produtores e impulsiona o desenvolvimento regional

Por Karol Peralta

Mato Grosso do Sul reforça seu papel de destaque na produção de etanol de milho, um dos pilares da bioenergia sustentável no Brasil. O avanço do setor combina sustentabilidade, competitividade e inovação no campo, alinhando-se à meta da Famasul de tornar o estado carbono neutro até 2030. Além de gerar empregos e atrair investimentos, o biocombustível se consolida como alternativa estratégica para o produtor rural, agregando valor à cadeia agrícola e fortalecendo a economia regional.

Na safra 2024/2025, três usinas, Inpasa Brasil, em Dourados e Sidrolândia, e Neomille CerradinhoBio, em Maracaju responderam por 38,1% dos 4,3 bilhões de litros produzidos no estado.

Etanol de milho impulsiona economia e reduz custos logísticos

De acordo com o analista de economia do Sistema Famasul, Jean Américo, o movimento representa uma mudança de paradigma energético.

“Estamos vivenciando uma transição energética, saindo de um combustível fóssil para um combustível renovável. O etanol reduz impactos ambientais e gera ganhos econômicos para o produtor e o consumidor”, explica.

Américo destaca que a presença das indústrias em regiões estratégicas facilita o escoamento da produção e reduz os custos logísticos, o que garante preços mais competitivos ao produtor.

“Com a produção permanecendo no estado, o agricultor ganha uma alternativa de comercialização mais sustentável, ambiental, econômica e socialmente”, reforça.

Segundo a Conab, a produção estadual deve alcançar 4,9 bilhões de litros na safra 2025/2026, sendo 42,8% derivados do milho. Esse crescimento estimula o aumento da área cultivada da segunda safra de milho, com expectativa de atingir 14 milhões de toneladas neste ciclo.

Sinergia entre campo e indústria fortalece a cadeia produtiva

Para o consultor técnico da Famasul, Lenon Lovera, o impacto é sentido diretamente nas fazendas.

“A demanda das usinas estimula o produtor a manter ou ampliar a área de milho segunda safra. O preço regional mais atrativo, os coprodutos e a sinergia com a pecuária aumentam a rentabilidade e fortalecem o campo”, explica.

O modelo integrado entre agricultura e indústria tem impulsionado a instalação de fábricas de ração, centrais de distribuição e estruturas de confinamento próximas às usinas. Essa integração estimula o sistema ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), reduz custos de produção e promove sustentabilidade de ponta a ponta.

Mato Grosso do Sul se torna referência em biocombustíveis sustentáveis

De acordo com o presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de MS), Amaury Pekelman, o avanço do etanol de milho é um marco para o setor energético.

“O estado, que já era o quarto maior produtor de etanol de cana-de-açúcar, ampliou sua capacidade com o etanol de milho. Isso consolidou Mato Grosso do Sul como um dos líderes nacionais em biocombustíveis sustentáveis”, analisa.

Com 19 usinas de cana e 3 de milho em operação, o estado constrói uma matriz energética diversificada e alinhada à agenda global de descarbonização.

“Com tecnologia, eficiência e sustentabilidade, estamos transformando Mato Grosso do Sul em um hub energético verde, capaz de gerar emprego, renda e um modelo de produção de baixo carbono”, complementa Pekelman.

Coprodutos ampliam a cadeia do milho e geram novas oportunidades

O processamento do milho nas usinas gera coprodutos como DDG (Distillers Dried Grains), WDG (Wet Distillers Grains), óleo de milho e CO₂ industrial, todos com valor agregado. Esses insumos alimentam a pecuária, suinocultura e avicultura, ampliando a sinergia entre agricultura e proteína animal.

“O DDG possui alto teor de proteína e fibras, tornando-se base nutricional importante nas rações e reduzindo custos em períodos de alta dos grãos”, detalha Lovera.

A logística reversa do setor em que o milho abastece as usinas e os coprodutos retornam às propriedades, fortalece o modelo de produção circular e sustentável, promovendo eficiência e competitividade regional.

Formação e tecnologia impulsionam o futuro da bioenergia

O Sistema Famasul acompanha de perto o setor, oferecendo suporte técnico, cursos e capacitação por meio do SENAR/MS, além de promover campanhas de conscientização e políticas públicas voltadas à bioenergia.

Com o avanço da produção e a adoção de tecnologias limpas, Mato Grosso do Sul se consolida como referência nacional em inovação e sustentabilidade no agronegócio, reforçando o papel do etanol de milho como símbolo da nova economia verde brasileira.

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