PF deflagra operação Capgras e prende suspeitos de desviar pensões e aposentadorias da UFRJ

Grupo criminoso usava documentos falsos para cadastrar beneficiários inexistentes e causar prejuízo de R$ 1,2 milhão à universidade; Polícia Federal também apura lavagem de R$ 22 milhões.

Por Karol Peralta

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (30) a operação Capgras para desarticular um grupo criminoso suspeito de desviar pensões e aposentadorias de servidores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Dos cinco mandados de prisão expedidos, quatro já haviam sido cumpridos até o início da manhã.

Os presos foram localizados em diferentes cidades: dois no Rio de Janeiro, um em Nilópolis (RJ) e outro em Mogi das Cruzes (SP). Além das prisões, os agentes cumprem 23 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados.

Na casa do principal suspeito, em Mogi das Cruzes, os policiais encontraram uma estação de trabalho usada nas atividades criminosas, com computadores, planilhas, documentos e anotações que detalham o esquema. Já em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, foram apreendidos dinheiro em espécie, joias, relógios de luxo, veículos, celulares e até uma máquina de contar dinheiro.

A investigação começou após a denúncia de um pensionista da UFRJ, que descobriu que um filho inexistente havia sido habilitado como beneficiário em sua pensão. A própria universidade realizou uma auditoria e encontrou diversos casos semelhantes, encaminhando as informações à Polícia Federal.

De acordo com as apurações, o grupo usava documentos falsos para cadastrar beneficiários fictícios e receber os valores de servidores já falecidos, causando um prejuízo estimado em R$ 1,2 milhão. A PF agora investiga se o mesmo esquema também atingiu outros órgãos públicos.

Durante as diligências, foram descobertos indícios de lavagem de dinheiro e golpes bancários cometidos pela quadrilha. Os criminosos utilizavam laranjas e empresas de fachada para movimentar os valores ilícitos, cerca de R$ 22 milhões nos últimos três anos. Há ainda suspeitas de que parte do dinheiro tenha sido repassada a uma facção criminosa atuante no Rio de Janeiro.

A operação Capgras recebeu esse nome em referência a uma síndrome psiquiátrica em que o indivíduo acredita que pessoas próximas foram substituídas por impostores, uma alusão ao uso de identidades falsas pelo grupo.

Compartilhe esta postagem:

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

contato@mspantanalnews.com.br