Aos 22 anos, brasileira derrota campeã olímpica Yu-Jin Kim e recoloca o país no topo do taekwondo mundial, duas décadas após o título histórico de Natália Falavigna.

Por Karol Peralta
Após duas décadas de espera, o Brasil voltou ao topo do taekwondo mundial. A lutadora Maria Clara Pacheco, de 22 anos, conquistou nesta sexta-feira (24) a medalha de ouro na categoria até 57 quilos no Campeonato Mundial de Taekwondo, disputado em Wuxi, na China. A brasileira venceu na final a sul-coreana Yu-Jin Kim, atual campeã olímpica em Paris 2024, e quebrou um jejum de 20 anos sem títulos do país na modalidade.
O último ouro brasileiro havia sido conquistado por Natália Falavigna, em 2005. Agora, Maria Clara inscreve seu nome na história do esporte e recoloca o taekwondo feminino brasileiro entre as potências mundiais.
“É uma emoção que eu não consigo explicar. É a primeira vez que ganho um título tão importante, e era o grande objetivo do ano. Estou muito feliz e agradeço a todos que torceram. Dedico essa vitória ao meu treinador, que tornou tudo possível, e à minha família, que sempre acreditou em mim”, disse Maria Clara após a conquista.
A vitória sobre Yu-Jin Kim também marcou a segunda vez no ano que a brasileira supera a coreana — a primeira havia sido na final do Grand Prix de Muju, em julho, dentro da casa da adversária.
🥋 Ano histórico para Maria Clara
O ano de 2025 tem sido o melhor da carreira da atleta paulista, natural de São Vicente. Líder do ranking mundial dos 57 kg, Maria Clara já havia conquistado dois títulos de Grand Prix — um em Charlotte (EUA) e outro em Muju (Coreia do Sul) — além da medalha de ouro inédita nos Jogos Mundiais Universitários, em Essen, Alemanha.
A trajetória impecável reflete o amadurecimento técnico e psicológico da lutadora, que consolidou sua posição como uma das principais representantes do taekwondo brasileiro na atualidade.
🇧🇷 Reconhecimento e legado
A ex-campeã mundial Natália Falavigna, hoje gestora esportiva do Comitê Olímpico do Brasil (COB), acompanhou de perto o desempenho da atleta e destacou a importância do feito:
“A Maria vem de uma sequência impressionante. Ganhou tudo o que disputou este ano e mostrou um nível técnico muito acima das adversárias. É muito gratificante ver o Brasil voltar ao pódio mais alto com uma atleta tão dedicada e madura”, comentou Falavigna.
Com o título conquistado, o Brasil chega a 24 medalhas em Mundiais de Taekwondo — sendo dois ouros, oito pratas e 14 bronzes — consolidando uma geração que alia renovação e excelência dentro do tatame.
🏅 Campanha impecável até o ouro
Cabeça de chave da categoria, Maria Clara estreou na segunda rodada vencendo a portuguesa Leonor Correia por 2 a 0 (13×0 e 13×0). Nas oitavas, superou a espanhola Laura Rodriguez Maquina em um duelo equilibrado, virando o placar e vencendo por 2 a 1 (5×6, 10×5 e 5×2).
Nas quartas de final, derrotou a norte-americana Faith Dilon, campeã pan-americana, por 2 a 0 (8×6 e 8×4). Já na semifinal, em clima de revanche, superou a chinesa Luo Zongshi, algoz da brasileira nas quartas de Paris 2024, sem dar chances: 2 a 0 (4×1 e 10×2).
Na decisão, a brasileira manteve o domínio e confirmou o ouro diante de Yu-Jin Kim, coroando uma campanha perfeita e um ano histórico para o taekwondo nacional.





