Com investimento ampliado para R$ 25 milhões anuais, mais 18 hospitais são habilitados na Iniciativa Hospital Amigo da Criança, fortalecendo o cuidado humanizado no parto, o aleitamento materno e a redução da mortalidade materna e neonatal.
Por Karol Peralta
O Ministério da Saúde anunciou, nesta sexta-feira (24), a habilitação de 18 novos Hospitais Amigo da Criança em todo o país, ampliando o investimento anual da iniciativa de R$ 12 milhões para R$ 25 milhões. A medida faz parte da estratégia nacional de qualificação da atenção à gestante e ao bebê, com foco na redução das mortes maternas e neonatais e na promoção de um cuidado humanizado desde o nascimento.
Durante o anúncio realizado em Brasília, o ministro Alexandre Padilha destacou o papel das unidades hospitalares no acolhimento de mães e recém-nascidos. “O Hospital de Brasília é um exemplo de hospital amigo da criança. Aqui vemos o cuidado humanizado em cada detalhe, a dedicação das equipes e a formação de profissionais comprometidos com o acolhimento. Hoje, junto com o HUB, são mais 18 hospitais que passam a integrar essa rede de acolhimento e humanização no Sistema Único de Saúde (SUS), fortalecendo o presente e o futuro das nossas crianças”, afirmou o ministro.
Atualmente, o Brasil conta com 317 Hospitais Amigo da Criança habilitados em 26 estados. Com as novas habilitações, o número sobe para 335 unidades. Outros 56 hospitais passam por atualização de código de habilitação, incorporando o Cuidado Amigo da Mulher, que garante a presença dos pais junto ao recém-nascido de risco.
A atualização reconhece práticas de cuidado humanizado, fundamentais para reduzir a mortalidade materna e neonatal. Em 2023, o país registrou 1.325 mortes maternas e 40.025 mortes neonatais. A razão de mortalidade materna, que chegou a 117 por 100 mil nascidos vivos em 2021, caiu para 55,3 em 2023, após o impacto da pandemia.
A Iniciativa Hospital Amigo da Criança, criada em 1992, é referência na promoção do aleitamento materno e do cuidado humanizado no parto. Os hospitais participantes seguem os “10 passos para o sucesso do aleitamento materno”, definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Unicef, e cumprem as normas nacionais de comercialização de alimentos para lactentes.
O programa integra a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança e soma esforços a outras ações da pasta, como a Rede Alyne, lançada em 2024, que prevê reduzir em 25% as mortes maternas até 2027 e já destinou mais de R$ 400 milhões em exames de pré-natal, leitos e bancos de leite humano.
💉 Avanço no tratamento da hemofilia infantil
Outra medida anunciada pelo Ministério da Saúde foi a ampliação do uso do medicamento Emicizumabe no SUS para o tratamento de crianças de 0 a 6 anos com hemofilia A. O fármaco já é ofertado para outras faixas etárias e tem potencial para beneficiar mais de 1.000 pacientes, reduzindo em 90% os episódios de sangramento e melhorando a qualidade de vida das crianças.
Segundo o ministro Alexandre Padilha, o novo protocolo permitirá um tratamento “mais moderno, seguro e humanizado, com aplicação subcutânea semanal, evitando o sofrimento dos procedimentos intravenosos”. O medicamento foi avaliado pela Conitec, que emitiu parecer preliminar favorável à incorporação da tecnologia no SUS.
O Ministério também promoveu uma mobilização nacional em apoio à medida, com participação de hemocentros, associações e profissionais de saúde em seis estados e no Distrito Federal, reforçando o compromisso do SUS com a inovação e a equidade no tratamento infantil.
⚕️ Expansão no tratamento oncológico
O governo federal ainda anunciou a entrega de um novo acelerador linear no município de Guaratinguetá (SP), ampliando o acesso ao tratamento de radioterapia no SUS. O equipamento, adquirido com R$ 13,1 milhões em investimentos federais, beneficiará mais de 600 pacientes por ano.
A ação faz parte do programa Agora Tem Especialistas, que prevê a entrega de 121 novos aceleradores lineares até 2026, fortalecendo a capacidade da rede pública de oferecer tratamento oncológico moderno e acessível.
