Investimento Social Corporativo cresce 19,4% em 2024 e atinge R$ 6,2 bilhões

Pesquisa BISC 2025 revela que empresas e instituições priorizam educação, inclusão produtiva e ações de impacto social, com destaque para co-investimentos e emergências climáticas

Por Karol Peralta

O investimento social corporativo no Brasil atingiu R$ 6,2 bilhões em 2024, segundo a pesquisa Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC) 2025, elaborada pela Comunitas. O valor representa um crescimento de 19,4% em relação a 2023, impulsionado principalmente por recursos próprios das organizações, que somaram R$ 4,79 bilhões, e ações incentivadas de R$ 1,42 bilhão, evidenciando o fortalecimento de estratégias de responsabilidade social e impacto social das empresas.

Segundo Patrícia Loyola, diretora de investimento social da Comunitas, 2024 foi praticamente o maior ano da série histórica da pesquisa, superando a maioria dos anos recentes, com exceção do período da pandemia, quando houve recursos extraordinários para mitigar os efeitos da Covid-19.

A pesquisa destacou que a intenção de publicar o BISC anualmente é fornecer dados estratégicos para orientar empresas, fundações e institutos corporativos na gestão de seus investimentos sociais, promovendo planejamento eficaz e aprendizado coletivo. “Ter uma rede de confiança que possa colaborar é muito rico, pautada pelo aprendizado coletivo e troca de experiências em torno de desafios comuns”, afirmou Loyola.

Os temas mais priorizados pelos investidores sociais em 2024 foram educação, cultura e inclusão produtiva, com foco em qualificação profissional, mitigação da falta de mão de obra qualificada e resposta a demandas sociais estratégicas. As emergências climáticas também se consolidaram como prioridade, com empresas atuando em prevenção e adaptação, reforçando a necessidade de ações estruturantes de longo prazo.

O estudo identificou diferenças entre setores: a indústria concentra-se em múltiplas causas, ligadas às necessidades locais de infraestrutura, saúde, educação e segurança pública, enquanto o setor de serviços foca mais em educação. Segundo Loyola, o volume total de investimento se pulverizou nos últimos anos devido ao crescimento da atuação industrial, que agora se equipara ao setor de serviços.

O levantamento apontou ainda que os jovens permanecem como grupo prioritário dos investimentos, dado o déficit de talentos e o impacto da vulnerabilidade social e da digitalização no desenvolvimento profissional. O modelo de atuação das empresas avança em direção ao co-investimento, fortalecendo alianças com cadeias de valor, parceiros do setor e organizações da sociedade civil, reconhecendo que grandes problemas sociais demandam ação coletiva.

Esta 18ª edição do BISC 2025 traz informações inéditas sobre o cenário do investimento social corporativo no Brasil, analisando 337 unidades de negócios e 22 institutos e fundações corporativas, com dados sobre volumes de investimento, fontes de financiamento, setores econômicos e distribuição temática das ações de impacto social.

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