Pesquisa do Sebrae mostra que MEIs do Cadastro Único impulsionam empreendedorismo no Brasil

Levantamento revela que 55% dos microempreendedores individuais (MEIs) inscritos no CadÚnico iniciaram seus negócios após a inscrição, com apoio técnico do Sebrae e segurança do Bolsa Família

Por Karol Peralta

Um estudo realizado pelo Sebrae, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), aponta que mais da metade dos microempreendedores individuais (MEIs) cadastrados no Cadastro Único (CadÚnico) começou a empreender após a inscrição. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (21/10) durante audiência do ministro Wellington Dias e do presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, reforçando a importância da integração entre políticas sociais e incentivo ao empreendedorismo.

De acordo com o levantamento, dos 4,6 milhões de MEIs inscritos no CadÚnico, 55% — cerca de 2,5 milhões de pessoas — iniciaram seus negócios após a entrada na plataforma. O estudo também evidencia que mais de um terço (34,1%) desses empreendedores recebeu atendimento do Sebrae entre janeiro de 2020 e julho de 2025, o que contribui significativamente para a manutenção e o sucesso de suas empresas. Entre os MEIs atendidos, 78,9% possuem empresas ativas, enquanto apenas 61,5% daqueles não atendidos conseguiram manter seus negócios ativos.

Durante a audiência, o ministro Wellington Dias destacou os resultados do levantamento: “Esse estudo mostra a verdade sobre o novo Bolsa Família neste governo. Desmente a ideia de que abrir um CNPJ faz a família perder o benefício. São 4,6 milhões de pessoas que se formalizaram, viraram empreendedores e continuam no cadastro”, afirmou.

A Regra de Proteção do Bolsa Família permite que famílias que ultrapassam a renda máxima para participar do programa continuem recebendo o benefício por um período, garantindo uma transição segura à medida que melhoram sua condição financeira.

Segundo o presidente do Sebrae, Décio Lima, a parceria com o MDS é estratégica: “A atuação integrada fortalece a identificação de um público importante. Enquanto o MDS acompanha famílias em situação de vulnerabilidade, o Sebrae oferece apoio técnico e estratégico. Juntos, esses elos criam condições para que empreendedores transformem oportunidades em resultados concretos e sustentáveis”.

O levantamento também mostra que a maioria dos MEIs do CadÚnico (53,1%) atua no setor de serviços, seguida por comércio (26,5%), indústria (10,1%), construção (9,7%) e agropecuária (0,5%). Entre esses empreendedores, 41,7% recebem o Bolsa Família, enquanto 6,4% têm acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). Os estados com maior percentual de MEIs vinculados a famílias do CadÚnico são Amazonas (56,3%), Acre (54,8%) e Piauí (54,6%).

A parceria entre o MDS e o Sebrae, formalizada pelo Acordo de Cooperação Técnica (ACT) em 2023, prevê integração de esforços para a promoção socioeconômica de famílias em vulnerabilidade social. Entre as ações estão o compartilhamento de informações do Cadastro Único para Programas Sociais e do Bolsa Família, além do desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre pequenos negócios para aprimorar políticas públicas voltadas ao empreendedorismo.

O levantamento reforça que a integração de políticas sociais e incentivo à formalização de empreendedores é uma estratégia eficaz para reduzir a vulnerabilidade, gerar autonomia financeira e fortalecer o empreendedorismo no Brasil.

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