MPMS abre investigação para prevenir venda de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol em Mato Grosso do Sul

Após mortes e intoxicações em outros estados, Ministério Público cobra fiscalização de órgãos estaduais e municipais para proteger consumidores em MS.

Por Karol Peralta

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) abriu um procedimento administrativo para proteger os consumidores diante do risco de circulação de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, substância altamente tóxica que já provocou pelo menos cinco mortes e casos graves de intoxicação em estados como São Paulo e Pernambuco.

O metanol pode causar cegueira irreversível e até morte, mesmo em pequenas quantidades, e seu uso em bebidas é proibido no Brasil.

Fiscalização preventiva

Como parte da apuração, o MPMS enviou ofícios a diversos órgãos de fiscalização e defesa do consumidor, incluindo a Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária em MS, a Decon (Delegacia de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), o Procon Estadual e Municipal, a Secretaria de Estado de Saúde (SES), a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau), a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) e a Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados.

Essas entidades têm prazo de dez dias para responder sobre as ações em andamento, fiscalizações realizadas e possibilidade de medidas conjuntas. Também está prevista uma reunião com representantes dos órgãos para definir estratégias preventivas. Até o momento, não há registro de fornecedores identificados como responsáveis pela venda irregular de bebidas com metanol em Mato Grosso do Sul.

Orientações à população

O MPMS reforça que os consumidores devem ficar atentos a sinais de alerta no consumo de bebidas alcoólicas, como dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos e visão turva, sintomas que podem evoluir rapidamente para cegueira.

Antes de comprar, é fundamental verificar lacres, rótulos, contrarrótulos, fabricante e embalagem. Em caso de suspeita de adulteração, a recomendação é não consumir o produto, guardar a embalagem e denunciar pelo site da Ouvidoria do MPMS (ouvidoria.mpms.mp.br), pelo telefone 127 ou diretamente na Promotoria de Justiça.

Situação em Mato Grosso do Sul

Apesar da preocupação nacional, a Vigilância Sanitária de Campo Grande informou que não foram identificados casos suspeitos de intoxicação nem bebidas adulteradas em estabelecimentos do município. As fiscalizações seguem em rotina, mas medidas adicionais não estão descartadas diante do risco em outros estados.

O delegado Wilton Vilas Boas de Paula, da Decon, destacou que a unidade já investiga casos de falsificação de bebidas, principalmente quando produtos de qualidade inferior são envasados em embalagens de marcas famosas.

“Quanto às denúncias de comercialização de bebidas contendo metanol, até o momento não há informações. Mas mesmo a falsificação sem metanol ainda oferece risco pela manipulação inadequada”, explicou.

Reforço na prevenção

O MPMS alerta que, mesmo sem registros no Estado, o reforço preventivo é necessário para evitar que Mato Grosso do Sul enfrente episódios semelhantes aos de São Paulo e Pernambuco, onde a ingestão de bebidas adulteradas resultou em mortes e internações graves.

A iniciativa busca proteger a saúde da população e ampliar a segurança no consumo de bebidas alcoólicas, especialmente em bares, restaurantes e supermercados.

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